PARALIMPÍADA
Bahia tem incentivo no paradesporto e Jogos Escolares podem mostrar resultados
Estado terá 10 representantes nos Jogos Paralímpicos escolares, que ocorrem em São Paulo
Por Beatriz Amorim
Em um ano histórico para o Brasil, com conquistas inéditas e inesquecíveis nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, é necessário valorizar a inclusão de atletas PCDs. Desta maneira, os trabalhos de fomento e garantia de um horizonte repleto de oportunidades, independente da sua condição física ou intelectual, são essencialmente importantes desde a infância e juventude.
Os Jogos Paralímpicos escolares, que ocorrem entre os dias 26 e 29 de novembro, em São Paulo, são um exemplo disso. Nesta edição, a Bahia contará com 10 atletas, divididos em quatro modalidades.
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Ao Portal A Tarde, o Coordenador do Núcleo de Excelência Paradesporto e Chefe da Delegação Baiana, Wilson Brito destacou a importância da prática esportiva, que pode ser analisada como uma nova forma de viver a vida, sem se importar com as limitações.
“Eu acredito que o ponto mais importante para a gente, é a possibilidade desses meninos demonstrarem, pela via da sensibilização, o que eles promovem quando estão em eventos, espaços sociais, nas redes sociais, a demonstração que esses meninos trazem para a sociedade como um todo, de que a deficiência não é impeditiva. A deficiência só é impeditiva quando você tem barreiras, sejam sociais, psicológicas, arquitetônicas, mas no momento em que você tem espaços de acesso como esse, você realmente verifica o quão é grande o potencial desses jovens”, disse o Coordenador.
Em continuidade, Wilson deu como exemplo as conquistas nas Paralimpíadas, destacando o lugar que os atletas podem chegar em caso de incentivo, investimento e prática.
“É uma consequência maravilhosa! Aqui em Salvador, na Bahia, nós já estamos tendo resultado. Nós temos resultados da Sara, do Daniel, do Davi, que estiveram e medalharam nas Paralímpiadas de 2023. (...) Nós já temos uma das atletas nossas recebendo bolsa federal. Existe a possibilidade, da bolsa estadual de atleta, para que eles possam direcionar o seu treinamento, direcionar as atividades, para além da escola, que é o principal, assim como as terapias que são importantes e necessárias, mas também a formação como atleta, que logicamente é uma perspectiva de profissionalização, uma perspectiva de quebrar barreiras. Por isso, nós já estamos trabalhando no sonho de estar em Los Angeles-2028”, revelou o Chefe da delegação.
Para Aldemare Júnior, Coordenador do paradesporto da Sudesb, a perspectiva é tão importante quanto, visando uma vida mais igualitária para os jovens, que veem o esporte com a ideia de profissionalização, ou apenas uma força de evolução.
“Na verdade, esta já é uma pauta prioritária da sudesb, temos esse trabalho de fazer a inclusão do PDC através do esporte. As paralimpíadas escolares seguem com essa ideia de fazer um link com a educação e também proporcionar que essas pessoas se sintam parte de algo, que nesse caso é a modalidade esportiva, também evoluindo no processo. Para isso, o que faz toda a diferença é fomentar essas práticas desde a base”, destacou Júnior.
Competindo, a Bahia terá grandes representantes, como Davy Santos, Daniel Rios, do atletismo, e Maria Rita, badminton, que conquistaram medalhas na última edição. Ao Portal A Tarde, os jovens atletas expuseram as altas expectativas, buscando garantir um novo pódio para o estado.
Com deficiência visual, Davy, de 12 anos, é uma das grandes joias do esporte brasileiro, já pensa em voos altos, como os Jogos Paralímpicos. Porém, um pouco mais perto, se mostrou confiante para conquistar mais um título na curta e vitoriosa carreira de atleta, já tendo vencido cinco provas da competição.
“Eu estou muito ansioso, com a expectativa muito alta, espero conquistar mais três outros nesta edição, já que vou competir em três provas. Eu sempre gostei muito de correr e espero participar do Mundial e da Paralimpíada em breve”, disse o jovem velocista.
Daniel, de 17 anos, assim como o colega de modalidade, vem de duas medalhas na última edição, ambas de bronze, também projetando bons resultados em São Paulo para participantes com Síndrome de Down. Segundo Dan, como é carinhosamente chamado, a expectativa é conseguir o ouro neste ano.
“Esta é a minha quinta participação nos Jogos Escolares e eu estou muito ansioso, espero conseguir quatro ouros. Desde os 12 anos eu tenho competido e nesta edição vou participar das provas de arremesso, corrida e salto”, projetou o atleta.
O badminton, por sua vez, é uma modalidade que vem crescendo no Brasil, com bons resultados nas competições internacionais neste ano. Assim, Maria Rita, de 17 anos, espera voltar a subir no pódio na Paralimpíadas escolares, que também compete na natação, mas tem como preferência o esporte das raquetes.
“Esta vai ser a minha segunda participação e espero voltar a conquistar uma medalha. Ano passado eu conquistei um ouro e uma prata e espero ter mais um grande resultado”, disse a campeã.
Além dos veteranos, a Bahia também terá estreantes, como é o caso de Samuel, do tênis de mesa, que atrai olhares pela agilidade com a raquete. Ao A Tarde, o jovem de 12 anos revelou estar nervoso, mas projeto conquistar uma medalha.
“Eu estou um pouco ansioso, por ser a minha primeira vez, nunca joguei, né, mas espero vencer. Além do tênis de mesa, eu também treino e participo de algumas competições no badminton, esporte que eu também gosto”, disse Samuca.
A primeira edição das Paralimpíadas Escolares aconteceu em 2009. Trata-se do maior evento mundial para crianças com deficiência em idade escolar. Toda a competição acontece no moderno Centro Paralímpico Brasileiro, instalado na cidade de São Paulo, reunindo centenas de jovens em idade escolar de todo o país.
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