ANÁLISE ESTATÍSTICA
Bahia vence o Fortaleza em 76% dos critérios estatísticos; veja dados
Os dois tricolores se enfrentam nesta quinta, 20, às 18h, pela 34ª rodada do Brasileirão

Por Marina Branco

Situações diferentes, a mesma necessidade - os três pontos da 34ª rodada do Brasileirão. Nesta quinta-feira, 20, às 18h, Bahia e Fortaleza se enfrentam na Fonte Nova, com ambos precisando pontuar para atingir o objetivo na reta final da temporada.
Por um lado, o Bahia tenta se segurar no G-5 que dá acesso direto á Libertadores. Por outro, o Fortaleza tenta fugir da zona de rebaixamento, onde está acima apenas do lanterna e já rebaixado Sport. Em campo, um clássico tricolor que decide quem chega mais perto do sonho de fim de ano.
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Bahia mais goleador, criativo e coletivo
O Bahia chega com números ofensivos superiores em praticamente todos os indicadores. Em 33 jogos, marcou 44 gols, uma média de 1,3 por partida, enquanto o Fortaleza marcou apenas 34, com média de um, diferença que simboliza a diferença de regularidade entre os ataques.
Nas assistências, o Bahia também está à frente: 31 a 26. Nos chutes certos, pela primeira vez os times se igualam, com 4,4 por jogo para cada lado. O número indica que o Fortaleza, mesmo produzindo menos gols, consegue finalizar com frequência.
A diferença, no entanto, está no aproveitamento, e principalmente no volume de chances criadas. O Bahia produz 2,4 grandes chances por jogo, enquanto o Fortaleza cria duas. Nas desperdiçadas, o Bahia perde 1,7 por jogo, o Fortaleza 1,5.

A leitura é simples - o Bahia chega mais à cara do gol, e o Fortaleza chega menos, mas erra de maneira semelhante. A vantagem ofensiva tricolor fica ainda mais clara no padrão de jogo, onde o Bahia ataca por aproximação, triangula e circula melhor, enquanto o Fortaleza acelera mais, mas produz menos infiltrações e chega menos vezes em condições reais de finalização.
Bahia controla, Fortaleza reage
Em posse de bola e construção, a superioridade baiana é ampla. O Bahia tem média de 54,8% de posse, contra 46,2% do Fortaleza. Na troca de passes, o Bahia acerta 401,2 por partida a 86,2% de precisão, enquanto o Fortaleza completa 304,4 a 81,8%.
Essa diferença estrutural implica em diferentes maneiras de criar. O Bahia é uma equipe que tenta controlar o ritmo, trazer o adversário para o próprio campo e construir pacientemente até encontrar o espaço. O Fortaleza, com menos posse e menos passes, depende mais dos momentos de transição e de situações de campo aberto.

Nos passes longos, o equilíbrio é mais aparente do que real. O Fortaleza acerta ligeiramente mais bolas longas por jogo (17,9 contra 17,2 do Bahia), mas com aproveitamento bem menor (48,0% contra 54,3%).
Assim, aparece uma diferença de qualidade na execução. Enquanto o Bahia usa o passe longo como ferramenta tática controlada, o Fortaleza usa como saída de emergência.
Em um jogo em Salvador, essa diferença tende a se acentuar. Jogando em casa, o Bahia deve ter mais posse, mais volume e mais presença no campo ofensivo, e o Fortaleza deve se defender baixo e tentar contra-atacar.
Bahia sólido, Fortaleza vulnerável
O ataque, no entanto, não chega a ser o trunfo da partida. A principal diferença entre os dois times no campeonato aparece na defesa. O Bahia sofreu 40 gols (média de 1,2), enquanto o Fortaleza foi vazado 51 vezes, média de 1,5 por partida.
A consistência defensiva baiana também se mostra nos jogos sem sofrer gols, com onze contra oito do Fortaleza. Nos números de ações defensivas, por outro lado, o Fortaleza aparece mais ativo - um sintoma, não virtude.
O time cearense soma 18,3 desarmes por jogo, enquanto o Bahia registra 15,9. Nas interceptações, o Fortaleza também lidera, com 8,6 contra 7,5. O volume de ações defensivas não significa necessariamente eficiência, mas sim que o Fortaleza passa muito tempo sendo atacado e precisa intervir.

Nos cortes, a diferença é pequena: 24,2 do Bahia contra 23,5 do Fortaleza. Os dois times se defendem muito dentro da própria área, mas o Bahia consegue controlar melhor a origem das jogadas adversárias, enquanto o Fortaleza sofre com bolas enfiadas e trocas rápidas.
Nos números de goleiros, outra diferença significativa. O Bahia precisa de três defesas por jogo, e o Fortaleza, 3,5. O goleiro do Leão do Pici é mais exigido, refletindo a vulnerabilidade da equipe.
Nos pênaltis concedidos, a diferença é pequena, marcando três para o Bahia e quatro para o Fortaleza. Ambos cometem erros individuais, mas o contexto defensivo dos visitantes sugere maior risco em Salvador.
Bahia limpo, Fortaleza tenso
Nos desarmes totais com aproveitamento, Bahia e Fortaleza registram praticamente o mesmo volume e a mesma taxa de sucesso, com 51,2 ações por partida para o Bahia com 50,8%, e 51,7 para o Fortaleza, com 50,6% de acerto.
O dado mostra equilíbrio no duelo físico, mas com papéis diferentes. O Bahia desarma por ajuste tático, e o Fortaleza, para sobreviver à pressão. Nas faltas cometidas, o Fortaleza aparece como o time mais faltoso, marcando 14,3 por jogo contra apenas 12,2 do Bahia.
Isso influencia diretamente no comportamento defensivo dos visitantes, fazendo com que a equipe pare muitas jogadas antes do campo final e se exponha a bolas paradas, área em que o Bahia costuma produzir bem.

Nos impedimentos, o Fortaleza lidera com 1,9 por jogo, contra 1,1 do Bahia. A diferença revela uma equipe que acelera mais, mas erra mais o tempo da última bola.
Nos laterais, são 17,3 por partida do Fortaleza e 15,6 do Bahia, mostrando que o time cearense joga mais pelos corredores e produz mais interrupções, outro sintoma de dificuldade na construção.
Nos cartões, a diferença é enorme. O Bahia recebe 2,3 amarelos por jogo, e o Fortaleza, 2,8. Nas expulsões, o Fortaleza lidera com folga - são nove vermelhos contra cinco do Bahia. A indisciplina cearense tem custado jogos, pontos e controle emocional, o que, em Salvador, pode ser decisivo.
Confronto entre organização e desespero
Os números projetam um jogo em que o Bahia tem mais armas: mais gols, mais assistências, mais posse, mais passes, mais chances criadas, menos gols sofridos e menos cartões. O Fortaleza, em contrapartida, chega pressionado, irregular e com uma defesa vulnerável que sofre tanto por erro coletivo quanto por falhas individuais.
Para o Bahia, o caminho para o triunfo está em manter o ritmo alto de posse e circulação, explorar os corredores com inversões e aproveitar a bola parada ofensiva. Para o Fortaleza, restará tentar acelerar o jogo, explorar transições e forçar o erro baiano, algo que o Bahia tem cometido com menos frequência nas últimas rodadas.
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