CRIA DO ESQUADRÃO
De volta após 30 anos: conheça o capitão de futevôlei do Bahia
Zé Luis foi revelado pelo Bahia e jogou futebol profissional no São Paulo e Atlético-MG antes de começar a jogar futevôlei
Por Téo Mazzoni e Marina Branco

O EC Bahia (Associação) anunciou a nova equipe de futevôlei do clube, composta inteiramente por atletas baianos, e a torcida já pode reconhecer um dos rostos do grupo. Junto a Felipe ‘Iceman’ e Felipe ‘Índio’ no time treinado por Ramon Pitta, está Zé Luís, ex-jogador de futebol e bicampeão do Brasileirão.
Quem acompanhava futebol durante a carreira do soteropolitano deve lembrar de sua presença no meio-campo do Bahia, divisão de base que o formou, São Paulo e Atlético-MG, antes de pendurar as chuteiras (de campo) em 2013. Ao longo dos anos, venceu o Campeonato Mineiro e foi duas vezes campeão do Brasileiro.
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Depois da aposentadoria, o ex-Bahia que agora retorna ao clube começou a jogar futevôlei, vencendo a última Liga Nacional de Futevôlei (LNF) pelo São Paulo ao lado dos dois Felipes que agora integram a equipe do Bahia. Em 2022, foi campeão com Índio, e em 2023, segundo colocado.
Agora, Zé Luís volta ao Esquadrão quase 30 anos depois de deixar o clube, e se torna o capitão da equipe de futevôlei. “Tive a oportunidade de jogar três anos pelo São Paulo, e hoje estou voltando a vestir a camisa do Bahia. Um momento de muita gratidão. O Bahia foi o clube em que eu iniciei a minha vida, foi muito importante na minha formação como homem, no caráter”, afirma.

Da grama à areia
A trajetória de Zé Luis sempre foi voltada para o futebol. Aos nove anos de idade, chegou ao Tricolor, e nunca mais largou a bola até se aposentar. Uma vez aposentado, começou a buscar novos desafios, passando pela luta no meio do caminho.
“Fiz 5 anos de jiu-jitsu, e sempre tinha uma pressão de casa, da família dizendo ‘se você se machucar… antigamente tinha um clube que te dava suporte, hoje não tem, para com essa loucura’. Eu decidi parar de lutar e conheci o futevôlei”, conta.
Aos 37 anos, Zé começou em uma nova modalidade, fazendo treinos particulares com personal para evoluir e jogar “de igual para igual” com os mais jovens. “Eu gosto de treinar, me faz bem. Apesar da idade, eu estou nas competições com os garotos mais jovens, e isso me motiva. Eu gosto de me movimentar, mas eu sei também que o ritmo deles é muito mais forte. A gente tenta ir até onde dá para competir de igual para igual com eles”, diz.
A troca de modalidade, no entanto, fez com que Zé sentisse algumas diferenças de um esporte para o outro, especialmente no suporte dado aos atletas. Para ele, o futevôlei precisa de um apoio que ainda é raro, mas está sendo oferecido pelo Bahia.

“É muito legal (o futevôlei) porque remete muito ao futebol, é muito parecido, tem essa questão da competição. E quando você quer fazer um jogo, uma resenha, você precisa só de quatro pessoas para poder fazer, não é igual ao futebol que você precisa de bastante gente. Não tem contato, não machuca tanto, não tem lesão grave”, comenta.
“Mas também é um pouco diferente. O futebol é mais estruturado. Hoje, o pessoal do futevôlei precisa desse apoio. O Bahia está dando uma estrutura, um apoio para o atleta profissional de futevôlei se preparar. O futevôlei ainda é um esporte amador, não tem uma confederação presente. O futebol tem uma estrutura maior, envolve mais dinheiro, mais estrutura”, continua.
“Ser atleta de alto rendimento no futebol facilita muito, porque você tem fisiologista, tudo à disposição. No futevôlei ainda tem um pouco de precariedade, mas com o envolvimento dos clubes tem melhorado bastante”, completa.
Veteranos do esporte
Zé Luis não foi o único a fazer a transição do futebol para o futevôlei. Em finais, costuma encontrar Felipe Adão, ex-jogador de futebol e tricampeão nacional de futevôlei.
“Eu e o Felipe somos muito amigos, ele fala que eu sou o pai dele, pelo respeito, pela consideração. Eu sou um pouquinho mais velho que ele. Eu reconheço que, de ex-atletas que jogam futevôlei, ele é o melhor disparado. Ele joga muito, em outro nível, muito próximo dos profissionais”, elogia.

“É bom que o meu jogo encaixa com o dele, então quando a gente se encontra nas finais, dá finais emocionantes e interessantes. Não que eu jogue no nível dele, mas o jogo encaixa, então acaba dando certo”, completa.
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