VITÓRIA
Futuro difícil no presente
Confira a coluna do jornalista Angelo Paz
Por Angelo Paz
Não é nada fácil projetar algo diante de um presente tão nebuloso. Esse tem sido o desafio do Vitória, imerso na difícil luta contra do rebaixamento. A situação é grave ao ponto que a pauta referente ao futuro do clube só voltou a se tornar pública esta semana em virtude da entrega da via, agora duplicada, que passa na frente do Barradão.
A conclusão da obra de mais de 11 milhões de reais custeada pelo Estado é, nas palavras do presidente do Vitória, Fábio Mota, um primeiro passo para a realização de um antigo sonho do clube: a Arena Barradão, esta orçada em mais de 300 milhões. Óbvio, para o projeto sair do papel será necessário um forte investidor que enxergue no Barradão oportunidades de negócios que hoje é possível a Fonte Nova, por exemplo, que recebe diversos eventos além das partidas de futebol.
Longe do centro e historicamente com sérios problemas de acesso, o Manoel Barradas se torna agora um pouco menos problemático de chegar, o que diminui a dificuldade do clube em seduzir um investidor disposto a se juntar ao clube no audacioso projeto de Arena. Eu, como frequentador do Barradão desde que o caminho pelo Trobogy sequer era asfaltado, posso dizer que hoje é fácil chegar ao estádio.
Mas essa minha impressão é inválida perante as garantias que precisam ser apresentadas a quem possa colocar grana no negócio. Aliada a mobilidade o Barradão ganhará em breve 2.500 vagas de estacionamento, outro problema crônico do quarentão estádio rubro-negro. Enquanto a estrutura física ao redor do Barradas vai mudando, o clube garante estar em movimento para uma mudança muito mais significativa.
Me refiro a implementação de uma SAF. Essa é uma transformação vista pelo clube para manter-se, mas não de perna bamba, na primeira prateleira do futebol brasileiro a longo prazo. De bom para o clube são os exemplos das SAFs já realizadas em clubes do futebol brasileiro, a exemplo de Bahia, Cruzeiro, Vasco e Botafogo, para citar alguns exemplos mais próximos ao imaginário de quem lê essas linhas.
Ainda segundo Fábio Mota há um modelo de SAF sendo desenvolvido pela administração do clube, com previsão de ser apresentado ao Conselho Deliberativo até dezembro, mês em que já saberemos em que prateleira do nosso futebol o Leão estará em 2025. Para permanecer na primeira precisará fazer algo que apenas dois clubes conseguiram até então na era dos pontos corridos, iniciada em 2003
Somente o Fluminense de 2009 e o Atlético-MG de 2010 conseguiram escapar do rebaixamento com 22 ou menos pontos após 25 rodadas. Ambos os clubes tiveram arrancadas memoráveis ocasiões citadas. Exatamente o que o Rubro-Negro precisa agora. Sim, reitero, é difícil, mas não impossível. O Vitória já sabe que precisa somar ao menos os mesmos 22 pontos que possui na competição, mas agora em apenas 13 jogos. Ou seja, vencer sete e empatar um jogo para chegar aos 44, pontuação ainda arriscada, calculada com 10% de chances de rebaixamento pelos matemáticos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
É sem poder mais errar para sobreviver que o Vitória encara o Atlético-GO amanhã. Vencer significa sinalizar à massa rubro-negra que dá para acreditar, assim como muitos seguem acreditando, e até projetando, um Vitória forte no futuro.
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