FALA, PROFESSOR!
Com Bahia vice-líder, Ceni diz que torcedor "pode sonhar"
Treinador valorizou vontade dos jogadores em vencer
Por Lincoln Oriaj
Mais de 38 mil pessoas marcaram presença na Arena Fonte Nova na noite desta quarta-feira, 26, e viram o Bahia derrotar o Vasco por 2 a 1. Thaciano e Estupiñán marcaram para o Tricolor, enquanto Paulo Henrique diminuiu para o cruzmaltino em jogo válido pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O triunfo colocou o Bahia na vice-liderança do Brasileirão, com a mesma pontuação do líder Flamengo e atrás apenas por conta do saldo de gols. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Rogério Ceni afirmou que é difícil se manter no topo do campeonato até o fim, mas declarou que o torcedor "tem direito de sonhar com o título.
"Acho que nosso objetivo aqui é trazer alegria para o torcedor momentaneamente. O torcedor tem que sonhar com tudo que ele quiser, é de direito. Ainda mais do baiano, que tem a crença a fé", afirmou.
Apesar de afirmar o "direito de sonhar", Ceni pregou que o objetivo do Bahia no Brasileirão é se classificar para uma competição continental.
"É difícil competir a longa prazo com Palmeiras, Flamengo, Atlético. Não quero mais passar pelo que foi ano passado. Foi o único jogo de minha vida em 35 anos de carreira que joguei com risco de cair. Não quero mais passar por isso. O objetivo a curto prazo é fazer o Bahia estar bem no cenário nacional e ter um calendário internacional todos os anos. Esse é o maior objetivo do clube. Os investimentos estão aí. O Bahia não está entre os dez times que mais investiu no Brasil", disse Ceni.
"Se a gente tiver foco, vamos poder brigar com todo mundo. A soberba precede o fracasso. Seja objetivo, se mantenha no foco, queira ganhar jogo a jogo", acrescentou.
O treinador também revelou alguns dos motivos para que o Bahia viva esse bom momento na competição.
“O segredo do sucesso é o trabalho. O segredo do sucesso é repetir todos os dias, construir cada dia. Duas coisas muito importantes: a capacidade técnica dos jogadores e a vontade que eles têm. Você vê o Everton, 34 anos, Everaldo, 32, jogadores maduros, experientes, mas que têm o desejo de vencer. Torcedor sonha o que quiser e a gente não pode tirar o sonho de cada jogador. Só que a gente trabalha muito, esse time não passa essa bola por acaso. Entra todo mundo passando, você trabalha todos os dias construção, todos os dias posse de bola, todos os dias espaçamentos”, explicou o treinador.
>>> Estupiñán celebra triunfo, mas pontua: "Não foi nosso melhor jogo"
O comandante tricolor ainda elogiou a disciplina tática da equipe, que por estar sempre cumprindo a função dentro de campo, tem recebido poucos cartões.
“Dois jogos que a gente não toma cartão amarelo, isso é muito legal. 12 jogos que o time joga e os quatro jogadores de meio campo não foram suspensos em nenhuma rodada. Isso mostra muita disciplina tática do time, porque ele normalmente se encontra bem posicionado. Não precisa fazer faltas durante o jogo, tem poucas faltas feitas e está sempre bem posicionado. Acho que é muita repetição de trabalho, repetição de exercícios e, logicamente, é um time que joga com muitos meias, então são jogadores de habilidade natural, que ajudam a manter esse controle da bola. A evolução do Marcos Felipe com o pé, a evolução do Gabriel em construção, o Kanu já é um jogador muito mais experiente para isso. O uso de Juba que pode ser uma meia considerado de lateral, quatro meias por dentro, do Thaciano, que são jogadores que gostam da bola, que a tratam bem”, pontuou.
O próximo compromisso do Bahia é diante do São Paulo, clube onde Rogério Ceni marcou história e é ídolo. O treinador tricolor projetou este duelo e explicou porque não terá uma tarefa fácil no Morumbi.
“São Paulo é um grande time. Vinha de 12 jogos e perdeu para o Cuiabá e na última rodada para o Vasco, mas eu vejo o São Paulo como um dos candidatos a estar entre os quatro primeiros colocados, até a título. Eu acho que São Paulo é um time fortíssimo. Claro, quando tem muitas ausências, muitas trocas, como Pablo Maia que faz muita falta, por exemplo, no meio-campo, o Alisson não jogou esse último jogo, fez muita falta no meio-campo, eu pude assistir o jogo contra o Vasco. Mas é um time que, quando joga em casa, pressão de torcida, 40, 50 mil pessoas no Morumbi, é um time dificílimo de se enfrentar”, avaliou Ceni.
Bahia e São Paulo se enfrentam no Morumbi. O confronto está marcado para as 16h de domingo, 30, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes