ANÁLISE ESTATÍSTICA
Palmeiras vence Vitória em 88% dos critérios estatísticos; veja dados
Palmeiras tem mais gols, mais assistências, mais posse, mais passes, mais desarmes, mais interceptações, menos gols sofridos, menos cartões, menos pên

Por Marina Branco

A mágoa que o Santos deixou ao vencer o Palmeiras por 1 a 0 afetou muito mais do que apenas o Verdão. Ao mesmo tempo em que o Palmeiras deixou a liderança do Brasileirão, o Vitória foi derrubado de volta para a zona de rebaixamento, e agora os dois se encontram para decidir qual dos dois consegue chegar mais perto da posição anterior.
Por um lado, o time baiano encara um Palmeiras que briga na parte alta da tabela e chega com um dos ataques mais letais e uma das defesas mais sólidas da competição. O Vitória, por sua vez, ainda tentando se equilibrar para evitar riscos no fim da temporada, precisa conter um adversário que domina praticamente todas as estatísticas coletivas.
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Abismos no ataque
Os números ofensivos deixam claro o tamanho da diferença entre as campanhas. O Palmeiras marcou 58 gols em 33 jogos, quase o dobro do Vitória, que marcou apenas 29 no mesmo número de partidas. Em média, isso representa 1,8 gol por jogo para o alviverde, contra 0,9 do rubro-negro.
A produção ofensiva palmeirense é acompanhada por um volume coletivo mais rico, que marca 40 assistências, contra 21 do Vitória. O dado mostra um time que não apenas finaliza melhor, mas constrói melhor. Há triangulação, infiltrações e trocas rápidas - tudo o que o Vitória tem dificuldade em reproduzir.
Nos chutes certos, a diferença permanece expressiva. O Palmeiras acerta 5,6 finalizações no alvo por partida, e o Vitória, 3,9. Essa discrepância sugere que o alviverde constrói mais oportunidades claras e testa mais o goleiro adversário, enquanto o rubro-negro depende de explosões individuais e bolas longas.

Nas grandes chances criadas, outra vantagem palmeirense: 2,5 por jogo, contra 1,8 do Vitória. E nas grandes chances desperdiçadas, a proximidade é curiosa, com 1,4 do Palmeiras e 1,2 do Vitória.
Isso mostra que o time paulista cria mais e perde um pouco mais também, mas seu volume é tão grande que o impacto do desperdício é diluído. O Vitória, em compensação, sente cada erro com mais peso.
Bola como arma do controle palmeirense
A posse de bola também evidencia a superioridade do Palmeiras. O time de Abel Ferreira controla o jogo com 52% de posse por partida, enquanto o Vitória registra 42,2%. A diferença se torna ainda mais evidente no número de passes certos, onde o Palmeiras troca 333,9 por jogo, a 82,6% de precisão, e o Vitória acerta 269,9, com 80,7%.
Esse volume não é apenas estatístico, mas revela o tipo de jogo que o Palmeiras impõe. É uma equipe que cadencia, atrai a pressão e acelera no momento certo. Já o Vitória vive de ações mais diretas, dependente de transições, lançamentos e bolas paradas.
As bolas longas, inclusive, reforçam essa leitura. O Palmeiras executa 22,8 bolas longas certas por jogo, com alto aproveitamento de 56,4%. O Vitória, por outro lado, tem 14,7 bolas longas certas por jogo, com apenas 44,3% de precisão.

Isso mostra um time baiano que tenta acelerar, mas erra muito. O Palmeiras, por sua vez, varia o jogo com segurança, e ora constrói em passes curtos, ora lança com qualidade para mudar o corredor.
Em suma, enquanto o Vitória depende da intensidade e do acaso, o Palmeiras depende da estrutura e da técnica.
Solidez palmeirense, resistência rubro-negra
Defensivamente, o Palmeiras é um dos melhores times do campeonato. Sofreu apenas 29 gols em 33 partidas, média de 0,9 por jogo. O Vitória, em contraste, sofreu 47, média de 1,4 por partida. O dado traduz não apenas qualidade individual, mas organização coletiva.
A quantidade de jogos sem sofrer gols reforça isso. São 12 do Palmeiras e nove do Vitória, mostrando que, embora o Rubro-Negro tenha seu mérito defensivo ocasional, o padrão palmeirense é muito mais sólido.
Nos números de ações defensivas, aparecem diferenças de estilo. O Palmeiras registra 17,6 desarmes por jogo, enquanto o Vitória soma 15,0. Nas interceptações, o alviverde também lidera, com 7,7 contra 7,0. Assim, o time paulista antecipa mais, controla mais os espaços e fica menos exposto na última linha.

Mas nem tudo é alviverde - nos cortes o Vitória domina, com 28,8 por jogo, contra 20,9 do Palmeiras. Esse número reforça o que já se sabe sobre o Rubro-Negro, um time que sofre, recua e precisa afastar bolas com frequência.
Quando o defensor corta muito, significa que a bola está chegando muito à área, sinal claro de pressão adversária. Nos pênaltis concedidos, o Palmeiras cedeu quatro e o Vitória cinco, números próximos, mas que reforçam a necessidade de cuidado do time baiano na defesa dentro da área.
Nos dados de goleiros, outro reflexo da pressão: o Vitória precisa de 3,7 defesas por jogo, enquanto o Palmeiras exige apenas 2,7. O Rubro-Negro, quase sempre, joga com o goleiro exposto, e o Palmeiras, protegido.
Vitória no limite, Palmeiras na precisão
Os desarmes totais por partida mostram equilíbrio no volume, mas não na eficiência. O Palmeiras registra 54,5 ações por jogo, com 49,7% de acerto, e o Vitória, 48,7 ações, com 49,1% de sucesso. O time de Abel se envolve mais nos duelos e consegue manter rendimento estável.
Nas faltas, o Vitória aparece como o time mais faltoso. São 15,2 por jogo, contra 14,1 do Palmeiras. Não é uma diferença enorme, mas representa um padrão onde o Rubro-Negro precisa interromper jogadas para sobreviver e o Palmeiras comete faltas táticas, mas sem perder o controle.
Os impedimentos são idênticos (1,8 para cada lado), sugerindo que ambos exploram profundidade, mas o contexto muda a situação. O Palmeiras faz isso em ataque posicional, enquanto o Vitória busca lançamentos rápidos.

Os tiros de meta reforçam a pressão sobre o time baiano - 8,1 por jogo, contra 6,4 do Palmeiras. Quando uma equipe cobra mais tiros de meta, geralmente está sendo empurrada para trás, e é exatamente o que acontece com o Vitória.
Nos laterais, quem lidera é o Palmeiras (20,5 contra 18,2), mostrando que o time força mais jogadas de linha de fundo. Nos cartões, o contraste volta a aparecer. O Palmeiras recebe apenas 1,9 amarelo por jogo, enquanto o Vitória recebe três e soma impressionantes sete expulsões, contra apenas duas do alviverde.
A diferença disciplinar é enorme e pode definir o jogo. O Vitória, quando perde o controle emocional, desmonta seu próprio plano tático, o que pode definir jogos contra uma equipe estruturada como o Palmeiras.
Organização e sobrevivência
A soma dos números aponta para um confronto em que o Palmeiras deve dominar posse, território e criação. O Vitória, por sua vez, deve precisar apostar em intensidade e agressividade para tentar equilibrar um jogo tecnicamente desigual.
O Palmeiras tem mais gols, mais assistências, mais posse, mais passes, mais desarmes, mais interceptações, menos gols sofridos, menos cartões, menos pênaltis, menos desperdício técnico e, de quebra, a força da torcida. O Vitória tem apenas uma arma clara - a pressão física.

Se o time baiano conseguir transformar o jogo em caos, pode criar dificuldades. Mas, se o Palmeiras conseguir jogar em seu ritmo habitual, o controle tende a ser alviverde.
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