Vitória volta ao Allianz e tenta repetir feito de 2024; retrospectiva

Nesta quarta-feira, 19, às 19h30, Palmeiras e Vitória se reencontram no Allianz Parque - e a história entre os dois é datada de muito tempo atrás. Atualmente, enquanto o Verdão tenta retomar a liderança perdida nas últimas rodadas, o Rubro-Negro baiano entra em campo pressionado para somar pontos que o tirem da zona de rebaixamento do Brasileirão.

Zona essa que, por sinal, só recebeu o Vitória novamente depois que o Santos venceu justamente o Palmeiras. O confronto, porém, também traz um ingrediente histórico importante - será a primeira vez que o Vitória volta ao Allianz após a vitória surpreendente conquistada ali em 2024, um dos resultados mais emblemáticos do time baiano na última década.

A vitória de 2024 e o que aconteceu desde então

A última visita rubro-negra ao Allianz Parque aconteceu no dia 27 de julho de 2024, em um dos momentos mais simbólicos da campanha de recuperação do Vitória naquele campeonato.

Afundado no Z-4 e ainda tentando se reencontrar sob o comando de Thiago Carpini, o time baiano foi letal - marcou dois gols, segurou a pressão e deixou o estádio palmeirense com uma vitória inédita em terras paulistas.

Os autores da noite foram Osvaldo e Matheuzinho, que transformaram um cenário adverso em um ponto de virada para a equipe, à época desacreditada. A partir dali, o Vitória iniciou uma reação que culminaria com a vaga na Copa Sul-Americana.

Agora sob o comando de Jair Ventura, o clube tenta repetir o feito, embora o contexto atual seja consideravelmente diferente. Além da mudança no banco de reservas, a estrutura do elenco passou por profundas alterações.

O time que entrou em campo naquele sábado histórico tinha Lucas Arcanjo; Willean Lepo, Wagner Leonardo, Neris e Lucas Esteves; Ricardo Ryller, Willian Oliveira, Léo Naldi e Matheuzinho; Osvaldo e Janderson.

Um ano depois, apenas seis desses jogadores permanecem no clube, e só dois deles, Matheuzinho e Willian Oliveira, seguem entre os titulares absolutos. Lucas Arcanjo, goleiro titular do time, está lesionado e só retornará em 2026, enquanto Neris, Ryller e Osvaldo devem começar a partida desta quarta-feira no banco.

A constante reformulação do elenco também refletiu no comando técnico. Carpini permaneceu até julho, mas os sucessores Carille e Rodrigo Chagas deixaram o time em instabilidade até a chegada de Jair Ventura, que conseguiu reorganizar a equipe e recolocá-la momentaneamente fora da zona de rebaixamento.

Retrospecto histórico e vantagem alviverde

Embora o triunfo de 2024 tenha rompido um tabu, o retrospecto geral entre os clubes segue amplamente favorável ao Palmeiras. Em 46 encontros, o Verdão venceu 26, o Vitória triunfou nove vezes e houve 11 empates.

Em São Paulo, a diferença é ainda mais acentuada, com 22 jogos, 15 vitórias palmeirenses, cinco empates e apenas dois resultados positivos para o Rubro-Negro, o mais recente deles simbolizando esse ponto fora da curva.

No Barradão, porém, o equilíbrio ganha força. O estádio já recebeu 15 duelos entre as equipes, com seis vitórias rubro-negras, cinco alviverdes e quatro empates. Ali, o Vitória construiu algumas das suas atuações mais marcantes diante do Palmeiras, como o 4 a 1 em 2000, o eletrizante 4 a 3 de 2002 e o 3 a 2 de 2009.

Também no estádio o clube baiano sustentou uma série de 23 jogos de invencibilidade até o final de 2024, números que reforçam a força do Leão em casa.

A história do confronto, no entanto, também é feita de extremos. Em 1993, Palmeiras e Vitória decidiram o Campeonato Brasileiro, com título para o time paulista. Já na Copa do Brasil de 2003, o Rubro-Negro impôs uma das derrotas mais pesadas da história recente alviverde ao vencer por 7 a 2 no Parque Antártica.

Decisão para os dois lados

Com 84 gols marcados pelo Palmeiras e 61 pelo Vitória ao longo da história, o duelo costuma oferecer partidas abertas e de forte componente emocional. E a partida desta quarta reúne todos os elementos para mais um capítulo desse roteiro.

Chegam, nesta semana, um Palmeiras pressionado pela sequência irregular, um Vitória jogando cada rodada como uma decisão pela permanência e um Allianz Parque recebendo um visitante que, mesmo em cenário desfavorável, aprendeu recentemente que é possível vencer ali.

O Verdão tenta se reencontrar após oscilações recentes, enquanto o Rubro-Negro enxerga no Allianz a chance de construir uma invencibilidade improvável, já que o duelo do primeiro turno terminou em empate por 2 a 2, e, quem sabe, respirar novamente fora do Z-4.