ENTENDA!
Saiba o que é Síndrome de Mueller-Weiss que afetou Rafael Nadal
Tenista espanhol encerra sua carreira aos 38 anos
Por Téo Mazzoni
Rafael Nadal, um dos maiores nomes da história do tênis, anunciou nesta quinta-feira, 10, sua aposentadoria do esporte profissional aos 38 anos. Após enfrentar uma série de lesões nos últimos anos, o espanhol também lidou com uma condição rara e debilitante conhecida como Síndrome de Mueller-Weiss, que agravou sua situação física e impactou diretamente seu desempenho em quadra.
Nadal, que conquistou 22 títulos de Grand Slam, incluindo 14 troféus em Roland Garros, já vinha competindo com limitações desde 2022, ano em que, mesmo com o pé anestesiado por conta da síndrome, conseguiu vencer mais um Roland Garros, reafirmando sua posição como o "Rei do Saibro". A decisão de se aposentar veio após dois anos de esforço contínuo para se manter em alto nível, mesmo com as dores que restringiam seus movimentos.
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O que é a Síndrome de Mueller-Weiss?
A Síndrome de Mueller-Weiss é uma doença rara e degenerativa que afeta o osso navicular, situado no centro do pé, essencial para sua estrutura e mobilidade. Trata-se de uma condição de difícil diagnóstico, cujas causas ainda são desconhecidas, mas que pode estar relacionada a fatores genéticos, traumas repetitivos ou falhas na irrigação sanguínea do osso.
Em entrevista ao Portal A TARDE, o ortopedista e traumatologista Dr. Marco Aurélio, especializado em próteses de quadril e joelho e também médico do esporte, explicou que a Síndrome de Mueller-Weiss é uma condição progressiva e, infelizmente, sem cura: “A degeneração do osso navicular causa dor intensa e rigidez, comprometendo seriamente a mobilidade. Com o tempo, o quadro tende a piorar, levando à deformidade no pé, o que pode aumentar ainda mais a dificuldade de locomoção”.
Como a síndrome afeta a vida de um atleta?
Para um atleta de alta performance como Nadal, a síndrome representa um grande obstáculo. O impacto nos pés durante treinos e competições torna a dor mais severa e limita habilidades essenciais como agilidade, explosão muscular e resistência. O especialista explicou que, no caso de Nadal, “a prática de tênis exige muito do pé e, mesmo com tratamentos como palmilhas ortopédicas e fisioterapia, a deterioração progressiva da síndrome pode tornar o desempenho inviável".
Tratamentos e limitações
Embora existam opções de tratamento para aliviar os sintomas, como fisioterapia, o uso de palmilhas e até cirurgias em casos mais graves, o controle da dor é muitas vezes temporário. “Muitas vezes, esses tratamentos são paliativos, permitindo ao paciente ganhar alguma qualidade de vida, mas não revertendo os danos já causados”, afirmou Dr. Marco Aurélio.
Nadal conseguiu adiar sua aposentadoria com o uso de anestesias locais para competir, mas sua luta contra a síndrome e outras lesões acabou tornando o retorno ao alto nível insustentável.
A síndrome pode acometer qualquer pessoa?
Apesar de ser mais comum em mulheres na meia-idade, o especialista explicou que qualquer pessoa pode ser afetada pela Síndrome de Müller-Weiss: "Acredita-se que algumas pessoas possam ter uma predisposição anatômica ou genética que aumenta o risco, especialmente se realizam atividades com alta carga nos pés".
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