FEITO INÉDITO
Time baiano joga semifinal do Brasileirão de futebol americano em casa
A Cavalaria 2 de julho enfrenta o Fortaleza Tritões neste domingo, 19

Por Marina Branco

O futebol americano é muito mais que simplesmente isso - é, mais do que nunca, baiano. Pela primeira vez, a Cavalaria 2 de Julho, time de Full Pad e Flag Football da Bahia, vai disputar uma semifinal do Campeonato Brasileiro de Futebol Americano em casa contra o Fortaleza Tritões neste domingo, 19 - e o feito tem sabor de conquista, resistência e pertencimento.
A equipe superou longas viagens, cresceu em estrutura e se firmou entre os melhores do país. Agora, joga em solo baiano, sonhando em transformar a semifinal em um marco e abrir caminho para uma final histórica.
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A vitória por 36 a 7 contra o João Pessoa Espectros, na Paraíba, coroou anos de trabalho. O resultado garantiu não só a classificação, mas também a oportunidade de fazer história jogando diante da própria torcida.
"Disputar uma semifinal em casa é uma sensação única. Os jogadores estão empolgados, o público está empolgado. É a prova de que estamos no caminho certo", comemora o presidente Thiago Nascimento.
O feito é ainda mais simbólico quando se lembra que, por muitos anos, o futebol americano na Bahia era sinônimo de superação. As viagens longas, que chegavam a 16 ou 22 horas, faziam parte da rotina. Agora, o descanso, o apoio e o reencontro com o torcedor criam o cenário ideal para um momento de virada.
"É uma recompensa. Jogar em casa é ter o nosso povo perto, é sentir que a Bahia também abraça o futebol americano", completa Thiago.

A força do elenco e o espírito da Cavalaria
No vestiário, o clima é de concentração e confiança. Paulo, jogador de Full Pad e um dos líderes da equipe, resume o momento em uma palavra: foco.
"A equipe traçou o objetivo desde a pré-temporada. Estamos trabalhando muito para alcançá-lo. Chegar à semifinal é um passo importante, e seguimos um de cada vez", projeta.
Essa é sua primeira temporada como titular, e ele carrega consigo a responsabilidade e o orgulho de fazer parte de um grupo que aprendeu a transformar trabalho em resultado. "Temos um time muito qualificado, com uma comissão técnica excelente. A determinação dos atletas e o planejamento foram essenciais para chegar até aqui", reforça.

Mesmo na reta final, a rotina é intensa: treinos em dois turnos, foco na potência e na reabilitação física, sempre acompanhados por fisioterapeutas. "Não podemos extrapolar na carga. Agora é equilíbrio, treino de campo e prevenção de lesões. Tudo para chegar 100% à decisão", explica Paulo.
Liderança rumo à final
Dentro de campo, a voz que orienta, corrige e motiva é a do capitão Índio, jogador da Seleção Brasileira de Flag. Ele carrega não apenas o respeito do grupo, mas também a experiência de quem viveu todas as fases do time, da incerteza do início à consolidação nacional.
"A Cavalaria vem com uma campanha muito boa. O ataque pontuando, a defesa sólida. A gente está mais perto do que longe da final", diz.
A convivência com a seleção nacional trouxe a Índio uma bagagem valiosa que ele faz questão de repassar aos companheiros, carregada de tática, comportamento e mentalidade vencedora.

"Aprendo com os melhores e trago tudo para o time. Como se preparar para treinos, como encarar derrotas e vitórias. Quero que todo mundo cresça junto comigo", garante.
Para ele, erguer o troféu seria a coroação de uma jornada coletiva: "A medalha é a materialização de tudo o que construímos. Mais cedo ou mais tarde, esse trabalho vai ser premiado".

A Bahia como palco e o sonho da final
A semifinal inédita em casa simboliza mais que uma conquista esportiva - é uma vitória cultural, com o futebol americano baiano mostrando sua força, sua organização e sua capacidade de mobilizar uma comunidade inteira.
E, se depender de Thiago, o sonho não para por aqui. "Queremos chegar à final e nos classificar para as semifinais nacionais. Se conseguirmos, traremos mais um grande evento para a Bahia. O time está focado em alcançar a melhor classificação da nossa história", sonha.
O adversário da vez é o Fortaleza Tritões, que encontra uma Cavalaria decidida a fazer bonito em casa. "Com a mesma garra dos heróis do 2 de Julho, vamos lutar até o fim", resume Paulo, emocionado.

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