ENTREVISTA
Vice-presidente da FBF defende gestão profissional nos clubes baianos
Dirigente ressaltou apoio da entidade às equipes do estado
Por Marcos Valença e Lincoln Oriaj
O futebol baiano tem visto novas equipes surgirem à medida em que clubes tradicionais vão perdendo cada vez mais espaço. Campeões baianos como Ypiranga, Botafogo, Galícia e Leônico hoje estão fora da primeira divisão e há anos tentam retornar aos tempos de glórias, mas sem sucesso.
Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, o vice-presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Manfredo Lessa, atribuiu esses insucessos à má gestão, defendendo a necessidade de uma administração profissional para reverter esse quadro e garantir o sucesso das equipes.
“Eu venho colocando há alguns anos que dada a forma como futebol baiano passou a ser administrado, com uma gestão empresarial, as equipes tradicionais iam ter cada vez mais dificuldade de retornar ao Campeonato Baiano da Serie A. A gente viu equipes como Galícia, Ypiranga, Leônico, Fluminense de Feira, sucumbirem nos seus projetos porque ficavam presos naquela forma de gestão arcaica, com aquelas brigas internas que insistiam em não desaparecer. Com isso, elas tiveram ou estão, aos poucos, se adequando a essa nova realidade”, contou Lessa.
“A gente vê por exemplo o Fluminense de Feira agora liderando a Série B porque está com o projeto de SAF já implantado. Evidentemente a SAF não vai transformar tudo em ouro, é uma das alternativas, o mais importante é você ter a gestão empresarial”, complementou.
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O dirigente destacou ainda que clubes como Porto e SSA, dois estreantes na Série B do Campeonato Baiano que já surgem com gestões empresariais e, por isso, têm uma probabilidade maior de sucesso. Ele também citou a atual campanha do Bahia na Série A como exemplo dos benefícios de uma administração profissional.
“Clubes como Porto e SSA, que estão com suas gestões empresariais, a tendência é que tenham sucesso. A gente está vendo aí por exemplo agora a campanha que o Bahia está fazendo na Série A. Evidentemente que oscilações irão acontecer, mas na medida que você implanta uma gestão profissional, não precisa necessariamente ser através de uma SAF, você acaba com essas brigas internas e pensa efetivamente na instituição. A tendência é que se tenha sucesso”, disse ao Portal A TARDE.
Outro exemplo citado por Manfredo Lessa foi o Vitória, que nos últimos anos conseguiu sair da Série C e conquistar o acesso para a Série A com muito profissionalismo. Na atual temporada, o clube fechou uma parceria com o Itabuna, para a disputa da Série D, que tem dado resultado além do esperado. O clube do sul da Bahia, que foi rebaixado no Campeonato Baiano, é líder de seu grupo na quarta divisão do Brasileirão.
“O Itabuna é um outro exemplo. O Vitória abriu mão da disputa do Baiano sub-20 com sua equipe para poder ceder ao Itabuna. Foi uma visão do presidente Fábio Mota de que isso poderia trazer sucesso e agregar ao time principal do Vitória, que está tendo muita dificuldade na Série A”, afirmou o vice-presidente.
“A FBF vem apoiando esses clubes que estão disputando a Série D e se nós conseguirmos chegar no final do ano com pelo menos um clube desses ascendendo à Série C, vai ser também muito importante. Tudo isso demonstra que se você tem uma administração com o pé no chão, de forma corporativa, de forma profissional mesmo, esquecendo um pouco o amadorismo, a gente acaba tendo sucesso”, concluiu Lessa.
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