Viva Magenta é a cor de 2023

Assim como a tradicional contagem regressiva de Ano Novo, o Natal e as férias escolares marcam o mês de dezembro, não há transição de um ano para o outro sem que saibamos com antecedência qual cor será a protagonista da próxima temporada de doze meses. E, quanto a isso, o martelo já foi batido: para 2023, a Pantone, principal empresa de cores do mundo, elegeu o Viva Magenta, uma tonalidade que figura entre os tons de azul e vermelho e que se assemelha ao famoso rosa pink.

Mas, afinal, para quem isso importa? Com certeza para os setores nos quais a cor é um elemento de extrema importância, como a arquitetura e o design, além do consumidor, que será “bombardeado” com decorações no tom magenta.

De acordo com a consultora de moda Phaedra Brasil, é possível compreender a importância da escolha da cor do ano quando se entende de que forma o processo acontece.

Pesquisa e observação

"Elas [as cores] são sinalizadas a partir de muita pesquisa e observação, que são a tradução do momento em que estamos vivendo em cores, formas, texturas e estampas. Um exemplo claro foi o efeito dopamina que estourou no verão passado, cores e mais cores vibrantes na moda. Isso porque estávamos saindo de um período difícil, incerto e de muito medo que foi o primeiro momento da pandemia, precisávamos de cores que nos trouxesse alegria e sensação de liberdade”.

Em relação ao tom escolhido para representar o ano de 2023, segundo a arquiteta e designer de interiores Bianca Vital, existe uma relação de conexão com a natureza e a sustentabilidade. “A gente tá vivendo uma época em que a sustentabilidade é uma mega tendência, que entra no cotidiano da rotina das pessoas e não sai mais. A cor escolhida quer simbolizar a vida e a natureza, ela veio da natureza, já que surgiu a partir de um corante liberado pelo inseto cochonilha”.

Tom de destaque

A arquiteta e designer de interiores Paula Eça explica que, quando se trata de planejamento e decoração de imóveis, as mudanças não são tão intensas por se tratarem de investimentos maiores. Mas, ainda assim, é possível introduzir a cor nos ambientes.

“A gente não troca de tinta como troca de blusa, não é? Mas é claro que há, sim, um olhar para isso, o magenta vai aparecer mais nas mostras, nas decorações das lojas e, por se tratar de uma cor mais forte, ela vai ser mais utilizada para coisas mais temporárias”.

Bianca explica que devido ao fato de o mobiliário e as obras em si terem um custo muito alto, o mais interessante é produzir ambientes com uma paleta de cores mais neutra, enquanto as cores ficam reservadas para a produção. Por ser um tom imponente, o magenta deve aparecer, principalmente, em objetos de decoração para os clientes que gostam de cores e em ambientes mais calmos, para que o tom seja o grande destaque, pontuou a arquiteta Bruna Almeida, que deu dicas de onde a tonalidade pode ser inserida.

“Pode ser utilizado pontualmente em uma parede, sem móveis muito chamativos, ou no teto, para dar um pouco mais de aconchego. Além disso, deve aparecer em objetos como almofadas e travesseiros, mais na decoração do que na arquitetura em si”, afirma.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló