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Produtos gourmet e artesanais baianos são destaques em feira

Origem Week acontece entre os dias 9 a 12, no Centro de Convenções

Publicado segunda-feira, 06 de junho de 2022 às 06:00 h | Autor: Vinícius Marques
"Queremos que a Bahia se reconheça como produtora e consumidora dos produtos do estado”, afirmou o coordenador geral da Origem Week, Marco Lessa
"Queremos que a Bahia se reconheça como produtora e consumidora dos produtos do estado”, afirmou o coordenador geral da Origem Week, Marco Lessa -

A linguiça de tilápia de Paulo Afonso, o chocolate do sul da Bahia, o charuto de São Félix, a cachaça de Abaíra, a carne do sol de Rui Barbosa, o café de Piatã e tantos outros produtos regionais, que conhecemos ou já ouvimos falar, marcam a forte produção baiana em diversos segmentos. Muitas pessoas do estado nunca chegaram a ver ou provar de tudo, mas agora elas têm uma chance com a chegada do Origem Week - Feira de Negócios.

Entre os dias 9 a 12, no Centro de Convenções, diversas cadeias produtivas da Bahia e do Brasil apresentarão produtos de origem, gourmet e artesanais em espaços como o Salão do Café, o Origem Brasil, Bahia Descobre a Bahia e, pela primeira vez em Salvador, uma edição do Chocolat Festival, o maior evento de chocolate e cacau da América Latina.

A iniciativa é do publicitário e empresário Marco Lessa, criador do Chocolat Festival. Nascido em Guanambi, no sudoeste da Bahia, ele hoje vive em Portugal, depois de ter morado 30 anos em Ilhéus, onde fundou a Indústria do Chocolate da Bahia (ICB) e a marca de chocolates Chor, que chegou a ganhar um prêmio ano passado, na França, como um dos três melhores do mundo.

O Chocolat Festival nasceu em 2009, em Ilhéus, no período em que a cidade viveu uma crise sem precedentes por conta do fungo vassoura-de-bruxa, que dizimou as plantações de cacau. “Ilhéus era o maior produtor brasileiro à época, e já foi o maior exportador do mundo, era preciso mudar esse cenário. Criamos o Chocolat Festival, um festival de chocolate em 2009 num lugar que não tinha chocolate, portanto, o projeto era desenvolver a cultura da industrialização”, afirma Lessa.

De lá para cá, foram realizadas 21 edições do festival. O evento ganhou edições fora da Bahia, indo para São Paulo e também Pará. O primeiro, por ser o maior mercado consumidor, onde estão concentradas as grandes indústrias; o segundo, porque atualmente é o segundo maior estado produtor do cacau, sempre alternando com a Bahia entre primeiro e segundo lugares.

O empresário também lidera, desde 2009, a missão brasileira pelo Salão do Chocolate Paris e conta que, por lá, nota a dificuldade que o Brasil tem para exportar pequenos produtos, negócios e produtos gourmet. Foi percebendo essa dificuldade ao longo desses anos que ele teve a ideia para o Origem Week: “A gente precisava fazer um evento que aproximasse o setor produtivo, as cadeias produtivas, do público de maior poder aquisitivo, que é o da capital”.

Originalidade

O Origem Week surge da crença de Lessa de que o mercado precisa consumir o produto da Bahia. Segundo ele, não faz sentido valorizarmos o queijo de outro estado, a linguiça, o chocolate, a cachaça, a cerveja de outro estado quando muita coisa boa é produzida na Bahia. “Quando você oferece esse produto para o consumidor, para o cliente ou hóspede, dá essa oportunidade de consumir, conhecer, e sabendo que por trás disso tem uma história, uma originalidade, o produto ganha um valor que você não consegue mensurar”, explica Lessa.

Numa extensa programação, que começa todos os dias a partir das 14h (8h para algumas atividades) e segue até às 22h, o público que deseja conhecer boa parte do que se é produzido na Bahia terá opções de atividades como Cozinha Show, Ateliê do Chocolate, seminários, fóruns, rodadas de negócios e a própria feira, que contará com mais de 200 marcas dos mais diversos produtos.

Quem estará expondo seus produtos na feira é a Natucoa, que surgiu em 2019, na cidade de Ilhéus, mas já participou de algumas edições do Chocolat Festival, tanto na Bahia quanto em outros estados.

 Com uma linha composta apenas por chocolates veganos, a representante da empresa, Carine Assunção, conta que isso não é apenas uma campanha de marketing, mas uma ideia de passar para o cliente que ele consuma o cacau de verdade.

“Colocando aditivos, como leite e aromatizantes, além de modificar o sabor, o cliente não prova o cacau de verdade, de qualidade. É meio que uma máscara para aquilo que não é bom, o que não é o caso”, diz Carine.

Neste ano, a Natucoa lançou uma nova linha de produtos, os chocolates frutados. Entre os sabores estão banana, cupuaçu e jaca. Ela conta que eles pretendem lançar outras opções de frutas ainda no futuro e revela que essa nova linha surge devido ao fato de que nossa memória afetiva associa o chocolate a algo bem doce, principalmente as crianças. Com os chocolates frufados, eles conseguem atingir esse público que quer um chocolate bom, com puro cacau, mas também doce.

Para quem busca algo menos doce, o Origem Week oferece outra gama de produtos, como os lacticínios. Uma dessas representantes é a Queijos Federicci, uma empresa da região de Santa Maria Eterna, em Belmonte, no sul da Bahia. Além dos trabalhos realizados na Bahia há 25 anos, a Federicci também possui uma fábrica em Minas Gerais, onde trabalha com queijos especiais – como brie e gorgonzola.

Prestes a inaugurar um novo lacticínio aqui na Bahia, no município de Ipirá, onde serão produzidos queijos muçarela e prato, manteiga e ricota, a Federicci  chega no Origem Week com o desejo de reencontrar com o público. “Temos uma crença muito forte no mercado regional e acreditamos no resultado. Além da retomada da pandemia, esse é um momento muito esperado por nós, de chegar junto do nosso consumidor final, reencontrar todo mundo”, afirma a gerente comercial  Betânia Miranda.

Potencial

Entre as palestras, a especialista em café Mariana Proença oferecerá um workshop, no dia 10, às 14h, chamado Tendências para Cafeterias, que vai mostrar quais as opções que existem hoje para vários tipos de cafeterias e o potencial que tem a cidade de Salvador para esse tipo de negócio. “Existem ainda poucas cafeterias focadas nessa área, então, a ideia é mostrar um pouco das oportunidades que existem, esse novo consumidor de café, que gosta das experiências, de ver o preparo do café de outra maneira, como essa tendência está presente no mundo inteiro e aqui no Brasil está abastecendo bastante”, diz Mariana.

A especialista, que trabalha há 16 anos com cafés, também foi  curadora do Salão do Café, que conta com a presença da Nescafé Origens do Brasil  apresentando o café produzido na Chapada Diamantina, e também das marcas Café Reserva do Vale, Latitude 13, Yolo Coffee Bar e a Coopiatã - Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã.

“A Bahia é o quarto estado produtor do Brasil, tem uma atuação muito forte na produção de cafés. A ideia foi ir atrás de marcas que já estão atuando na venda dos cafés para os consumidores, ou que tenham interesse em fazer um contato maior com o consumidor”, explica Mariana sobre a curadoria.

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