TERRORISMO?
Atropelador em mercado de Natal na Alemanha era ativista anti-islã
Médico foi preso pela polícia após atropelar dezenas de pessoas, matando ao menos quatro delas
Por Redação
O médico preso pela polícia após atropelar dezenas de pessoas, matando ao menos cinco delas, em um mercado de Natal em Magdeburgo, na Alemanha, era um conhecido ativista anti-islã, com 40 mil seguidores no X, e simpatizante da extrema direita do país. O ataque aconteceu nesta sexta-feira, 20, e é investigado como terrorismo.
O perfil do suspeito, cujo sobrenome não é divulgado pelas autoridades, intriga os investigadores, já que ele não se encaixa naquele do típico terrorista. O médico já deu uma entrevista, na qual falava como ativista, denunciando a opressão do regime saudita aos seus cidadãos, notadamente às mulheres. Afirmava também que a perseguição a quem não se mantivesse conectado aos preceitos do islã era intensa, inclusive no exterior.
Entender como os suspeito passou do ativismo anti-islã ao ponto de supostamente cometer um ataque normalmente imputado ao objeto de suas críticas é o desafio das autoridades neste momento. Sua atuação anti-islã era conhecida, a ponto de ele ter sido procurado para a entrevista pelo Frankfurter e merecido um alerta da Arábia Saudita para a Alemanha sobre seu comportamento —na verdade, dizendo que ele era um risco aos muçulmanos no país.
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As últimas postagens do médico são ainda mais incongruentes com o desfecho do ataque. Ele reclamava que a "Alemanha que está se islamizando" e tecia elogios a Alice Weidel, candidata a premiê pela AfD (Alternativa para a Alemanha), o partido de extrema direita conhecido pela retórica agressiva anti-imigração.
A trajetória incomum dele nas redes sociais sugere problemas de saúde mental, disseram alguns analistas ouvidos pela imprensa alemã. As autoridades já são criticadas por não terem detectado o comportamento peculiar do médico, cujo perfil no X tinha como imagem de destaque o desenho de um fuzil estilo AR-15.
Mortos
Os cinco mortos no incidente incluem um bebê. Há mais de 200 feridos, 40 deles em estado grave, e a expectativa é de que o número possa aumentar. A cidade está tomada por forças de segurança.
Alguns mercados de Natal, uma tradição na Alemanha desde a Idade Média, foram cancelados neste fim de semana pelo país. Outros tiveram a segurança reforçada e anunciam homenagens aos afetados pelo ataque na capital do estado da Saxônia-Anhalt.
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