MUNDO
“Beirute é o inferno na terra”, diz funcionário de embaixada no Líbano
Servidor disse que os bombardeios israelenses em Beirute acontecem a noite inteira
Por Da Redação
Um funcionário do Itamaraty disse que esta preocupado com todos os que trabalham na embaixada brasileira no Líbano. A informação foi divulgada através de um aúdio que ele encaminhou para um grupo de Whatsapp de diplomatas e servirdores públicos.
“Precisamos de algum prognóstico de que haverá um momento de segurança e paz, porque senão ninguém vai aguentar isso”, disse o funcionário.
Segundo o jornal O Globo, o funcionário descreveu as circustâncias que estão vivendo no Líbano como “o inferno na terra”.
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O Itamaraty afirmou, ao Globo, que “está reforçando a equipe [em Beirute] com três funcionários que já estão em Lisboa e chegarão no voo da FAB. Se necessários, novos reforços serão providenciados. Demandas de funcionários em postos nessa situação serão atendidas, como sempre foram, pelo MRE”.
De acordo com o servidor, os bombardeios israelenses em Beirute acontecem a noite inteira. Ele disse também que os ataques acontecem muito perto de onde os servidores brasileiros, diplomatas e não diplomatas, moram.
Além disso, ele destacou que o voo de evacuação de brasileiros “será pior do que a Covid-19, porque é o desespero de ser bombardeado, de estar morando na rua porque tudo o que você tinha foi destruído”.
Previsto inicialmente para o sábado, 5, o voo de repatriação da FAB está em suspenso por causa dos bombardeios na capital do Líbano. Por causa disso, o funcionário solicitou uma definição do governo brasileiro do que acontecerá com os funcionários da embaixada.
“Não é falta de empenho, nem de vontade, mas queremos um plano, não queremos improviso, queremos decisão. Estamos fazendo o melhor possível, apesar da dificuldade enorme que estamos tendo”, pede o funcionário.
Ainda no áudio, o brasileiro descreve detalhadamente as estratégias de ataque usadas por Israel no Líbano.
“Usam bomba com fósforo, não é uma bomba qualquer. Fósforo é usado para destruir as árvores para ter uma linha de tiro aberta…para não ter onde o pessoal do Hezbollah se esconder… Usaram numa área urbana que fica a um quilômetro de onde estou, a 500 metros da escola do filho de um dos colegas. Não dá mais pra dizer que a área cristã em Beirute está segura e não será bombardeada. A regra que os israelenses estão usando, que é antiética e amoral, é um pra 100… se tiver um líder do Hezbollah estão dispostos a pagar 100 vidas de dano colateral para pegar aquele cara. Não sei se tem alguém no prédio onde moro. É uma situação desconhecida”, conta o funcionário.
O servidor afirma que a demanda dos funcionários brasileiros já foi repassada ao sindicato de servidores do Ministério das Relações Exteriores e que, no momento, a prioridade é evacuar todos os brasileiros que quiserem sair do Líbano que, em muitos casos, segundo o funcionário, são mulheres sozinhas com quatro ou até cinco filhos, cujos maridos estão trabalhando no Brasil.
“Tem muita gente morrendo, crianças na rua. Beirute está pior do que Kiev [capital da Ucränia]. Kiev tem defesa antiaérea, tem abrigos. Aqui, você sabe que explodiu uma bomba porque fez barulho, ou porque explodiu de tal forma que o prédio balança. Israel é uma potência militar, contra um país [o Líbano] que não tem nada”, concluiu o funcionário.
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