MUNDO
Cidade vertical: como é a vida no maior prédio residencial do mundo
Prédio abriga mais gente do que muitas cidades brasileiras

Por Iarla Queiroz

Com cerca de 30 mil moradores, o maior prédio residencial do mundo mistura caos e conforto. O Regent Park International Center, localizado em Hangzhou, na China, oferece tantos serviços que seus habitantes quase não precisam sair de lá. Mas essa aparente comodidade também traz fragilidades e tensões cotidianas.
Funcionando como uma cidade compacta, o grande desafio do condomínio é a convivência. Entre regras, disputas de espaço e estilos de vida diferentes, o sonho da praticidade pode facilmente se transformar em pesadelo.
Uma cidade compacta
O conceito do edifício é justamente permitir que ninguém precise sair dele. Há supermercados, escolas, clínicas médicas, restaurantes, parques, casas de chá e até serviços de entrega. O prédio se torna atrativo para quem busca independência e praticidade, mas também cria um ambiente fechado, que por vezes gera sensação de isolamento.
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Estrutura do gigante
Com blocos interligados por corredores e passarelas que organizam o fluxo interno, o prédio conta com um sistema de segurança por biometria e abastecimento hídrico automatizado.
Inaugurado em 2013, o Regent Park tem 39 andares, 5 mil apartamentos e 206 metros de altura. Projetado inicialmente para ser um hotel seis estrelas, acabou se transformando em condomínio residencial, capaz de abrigar uma população maior do que muitas cidades brasileiras.
O mais alto também se acha superior
As desigualdades também se refletem dentro do prédio. Nos andares mais altos estão os apartamentos maiores, com mais conforto e vistas privilegiadas. Já nos níveis inferiores, divisões clandestinas transformaram imóveis de 144 m² em até oito pequenos estúdios, muitos sem janelas. A superlotação reduziu drasticamente o espaço de convivência, afetando a vida de quem ocupa do saguão à cobertura.
Liberdade ou isolamento?
Seguindo princípios da arquitetura funcionalista, o edifício tem forma simples, estrutura maciça e geometria marcada. O foco é a eficiência, o que explica a ausência de ornamentos e a estética minimalista. Mas a praticidade cobra seu preço: em vez de estimular comunidade, muitas vezes reforça vidas paralelas, com vizinhos que pouco se conhecem.
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