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Cometa interestelar intriga cientistas e se aproxima da Terra
Cometa deve atingir sua maior aproximação da Terra na próxima sexta-feira, 19

Por Edvaldo Sales

A comunidade científica internacional acompanha com atenção a trajetória do cometa interestelar 3I/ATLAS, descoberto em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS, instalado no Chile. O objeto celeste deve atingir sua maior aproximação da Terra na próxima sexta-feira, 19, data que concentra expectativas de astrônomos em todo o mundo devido ao potencial científico do fenômeno.
Viajando a mais de 210 mil quilômetros por hora, o 3I/ATLAS chama a atenção por apresentar características incomuns quando comparado a cometas já conhecidos. Observações iniciais feitas com o Telescópio Espacial James Webb indicam uma concentração elevada de dióxido de carbono em relação à água — um padrão até então inédito entre cometas observados no Sistema Solar.
Outros dados reforçam o interesse dos pesquisadores. O Telescópio Gemini Sul detectou a presença de cianeto na coma do cometa, substância relativamente comum nesses corpos celestes, especialmente quando se aproximam do Sol. A combinação desses elementos sugere uma composição química distinta, possivelmente ligada à sua origem fora do sistema solar.
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O que os cientistas esperam descobrir
Especialistas veem o 3I/ATLAS como uma oportunidade rara de estudar um objeto formado em outro sistema estelar. A expectativa é que novas análises ajudem a esclarecer como cometas se formam e evoluem em diferentes regiões da galáxia.
Hipóteses iniciais chegaram a considerar sinais de criovulcanismo — atividade geológica associada à liberação de gases congelados —, mas observações mais recentes não confirmaram esse fenômeno.
Uma “cápsula do tempo” do espaço
Segundo os pesquisadores, o cometa pode funcionar como uma verdadeira cápsula do tempo cósmica. Estimativas preliminares sugerem que o 3I/ATLAS pode ser até 3 bilhões de anos mais antigo que a Terra, o que o colocaria entre os objetos mais antigos já estudados pela ciência.
A presença de compostos como monóxido e dióxido de carbono indica que sua superfície já apresenta atividade mesmo antes de alcançar as regiões mais quentes do Sistema Solar. Esse comportamento pode trazer novas pistas sobre os processos químicos envolvidos na formação de planetas e até sobre as condições que favorecem o surgimento da vida.
À medida que a data de 19 de dezembro se aproxima, telescópios ao redor do mundo seguem monitorando o cometa. Para os cientistas, cada novo dado pode ajudar a ampliar o entendimento sobre a origem do Sistema Solar — e sobre mundos que existem muito além dele.
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