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A cidade mais baixa do mundo desafia o tempo e guarda segredos
Cidade fica a mais de 250 metros abaixo do nível do mar

Por Edvaldo Sales

Localizada no Vale do Jordão, a mais de 250 metros abaixo do nível do mar, Jericó é considerada a cidade habitada mais baixa do planeta. Com cerca de 20 mil moradores e registros de ocupação humana contínua que ultrapassam 10 mil anos, o município palestino combina geografia extrema, clima severo e um dos legados históricos mais antigos da humanidade.
A cidade se desenvolveu em uma ampla depressão geológica conhecida como Vale do Rift, formada por intensos movimentos tectônicos que, ao longo de milênios, provocaram o rebaixamento do solo. Essa característica explica a altitude negativa e influencia diretamente o clima local, marcado por temperaturas elevadas e baixa umidade durante praticamente todo o ano.
Apesar das condições adversas, a proximidade com o rio Jordão foi determinante para a permanência humana na região. O acesso constante à água possibilitou a irrigação do solo fértil, garantindo a produção agrícola e a subsistência da população desde os primeiros assentamentos.
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Calor e fertilidade
A vida em Jericó exige adaptação. O calor intenso define horários de trabalho, hábitos cotidianos e até soluções arquitetônicas voltadas à redução da exposição solar e ao conforto térmico. Ainda assim, a cidade mantém uma rotina ativa, sustentada principalmente pela agricultura irrigada.
O solo enriquecido por depósitos naturais ao longo de milhares de anos favorece o cultivo de frutas e legumes, que abastecem tanto o mercado local quanto o comércio regional. A atividade agrícola permanece como um dos pilares econômicos da cidade, reforçando sua importância no contexto do Vale do Jordão.
Um patrimônio que atravessa os séculos
Jericó é amplamente reconhecida como um dos assentamentos humanos mais antigos do mundo. Escavações arqueológicas revelam vestígios de ocupação contínua desde o período neolítico, tornando a cidade um exemplo raro de permanência urbana em ambiente desértico.
Além do valor arqueológico, Jericó ocupa lugar de destaque em textos religiosos, o que amplia seu simbolismo histórico e cultural. As antigas muralhas mencionadas em passagens bíblicas ainda fazem parte da paisagem e atraem pesquisadores, peregrinos e turistas interessados em história e tradição.
Resiliência
A combinação entre altitude extrema, clima árido e solo fértil consolidou Jericó como um caso singular de adaptação humana ao longo do tempo. Entre o deserto e o rio Jordão, a cidade sobreviveu e se reinventou por milênios, apoiada no uso estratégico dos recursos naturais e na engenhosidade de seus habitantes.
Hoje, além da agricultura, o turismo histórico desempenha papel relevante na economia local, conectando o passado milenar à vida contemporânea. A geografia singular do Vale do Jordão segue despertando interesse científico e cultural, mantendo Jericó como uma referência viva da capacidade humana de prosperar mesmo em condições extremas.
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