Congresso do Peru aprova impeachment contra Castillo

Depois de instaurar o governo de emergência e tentar dissolver o Congresso, o presidente do Peru, Pedro Castillo, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira, 7, em processo de impeachment. De acordo com o jornal peruano El Comércio, o parlamento empossará a vice-presidente Dina Boluarte.

O Congresso do Peru aprovou o impeachment por 101 votos a favor da derrubada do presidente, 6 contra e 10 abstenções.

A decisão acontece após o mandatário empreender um golpe de estado, no qual dissolveu o parlamento e instituiu estado de exceção, também nesta quarta-feira, comunicando a população em pronunciamento na televisão.

Logo após o anúncio do fechamento do Parlamento peruano, pelo menos cinco ministros do governo Pedro Castillo deixaram a seus cargos. Segundo o jornal La Republica, César Landa (Relações Exteriores), Alejandro Salas (Trabalho), Wilbert Rozas (Meio Ambiente), Richard Tineo (Transportes) e Kurt Burneo (Economia) anunciaram sua renúncia.

Conflito com o Congresso

Eleito presidente em julho de 2021, Castillo, mesmo sendo um candidato desconhecido, ganhou visibilidade nos debates. Ao final da disputa, venceu a ex-presidente peruana Keiko Fujimori. Desde então, o Parlamento, desacreditado que Castillo teria sido eleito de forma legal, tenta avançar com o processo de impechment por "incapacidade moral permanente".

A Procuradoria investiga o presidente em seis casos preliminares a maioria por suposta corrupção, e sua hipótese era que Castillo usou seu poder para lucrar em troca da concessão de obras públicas.

Ele é o primeiro presidente de origem rural em 200 anos de república no Peru e chegou ao poder em 2021 sem nenhuma experiência política. Desde então, já trocou cinco vezes de gabinete com mais de 60 trocas de secretários, o que tem causado a paralisação de diversas políticas governamentais.