MUNDO
Controladora do Campari tem US$ 1,5 bilhão apreendido
Marca de bebidas é uma das mais tradicionais no mundo, com 165 anos de história

A polícia italiana anunciou a apreensão de cerca de 1,3 bilhões de euros, o que equivale a US$ 1,5 bilhão, em ativos, em sua maioria ações, da Lagfin, empresa controladora da tradicional fabricante de bebidas alcóolicas Campari.
A medida foi solicitada pelo Ministério Público e autorizada pela Justiça italiana, no âmbito de uma investigação a respeito da suposta fraude fiscal envolvendo a companhia. O trabalho dos promotores se concentrou em impostos que não teriam sido devidamente pagos sobre ativos transferidos para o exterior.
A investigação
De acordo com a investigação, a Lagfin, holding sediada em Luxemburgo, não teria pago os impostos de saída referentes a cerca de 5,3 bilhões de euros, ou US$ 6,15 bilhões, sobre ganhos de capital gerados quando a empresa absorveu uma subsidiária italiana que detinha o controle da Campari.
De acordo com os promotores, essa reorganização transferiu a gestão e a base tributária de grupo para o exterior, o que desencadeou a responsabilidade fiscal da companhia. A investigação tinha como alvo a Lagfin, não a Campari, de forma prioritária, que tem sede em Milão e é listada na Bolsa de Valores da Itália.
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O que diz a controladora do Campari
Por meio de um comunicado divulgado na última sexta-feira, 31, a Lagfin afirma que a investigação “está relacionada a uma disputa fiscal que começou há aproximadamente dois anos e que nunca envolveu o Campari Group, de forma alguma”.
A controladora e a fabricante de bebidas diz ainda que “agiu no mais escrupuloso respeito a todas as leis e regulamentos aplicáveis, incluindo quaisquer leis tributárias italianas”. A empresa também garante que “se defenderá vigorosamente” nas instâncias cabíveis.
A Lagfin disse ainda que, como possui mais de 80% dos direitos de voto da Campari, a apreensão feita pela polícia italiana é “absolutamente incapaz” de afetar sua posição como acionista controladora da empresa.
Até o momento, a Campari não se manifestou oficialmente sobre a investigação acerca de sua controladora.
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