OPERAÇÃO CONTRAGOLPE
Deslocamento de militares do Rio para Brasília, veja o plano de golpe
Ministro do STF, Alexandre de Moraes previa um orçamento de R$100 mil para o deslocamento de militares
Por Redação
A Polícia Federal (PF), revelou que o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes previa um orçamento de R$100 mil para o deslocamento de militares do Rio de Janeiro a Brasília. A informação foi reportada pelo Portal Metrópoles.
Ainda segundo o relatório enviado ao gabinete do magistrado, a consumação do golpe passaria pelo aumento do efetivo na capital. Como base da informação está a troca de mensagens entre o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e o major Rafael Martins de Oliveira.
“Pelo teor do diálogo, seria uma estimativa de gastos para possivelmente viabilizar as ações”, diz a investigação da PF. O major Rafael foi preso na última quinta-feira, 19, junto com o general Mario Fernandes, que foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro.
“Pelo que se infere, a troca de mensagens entre Mauro Cid e Rafael Martins evidencia a existência de um planejamento, o qual necessitaria de ‘hotel’, ‘alimentação’ e ‘material’, com custos estimados em R$ 100 mil. Além disso, os interlocutores indicam que estariam arregimentando mais pessoas do Rio de Janeiro para apoiar a execução dos atos”, prossegue o relatório.
Em trechos da conversa fica explícito a realocação de militares cariocas para a capital federal, “Para trazer um pessoal do Rio”, apontou Mauro Cid, em seguida Rafael Oliveira respondeu, “Pode ser preciso também” e o ajudante de ordens finalizou, “Vai precisar”.
Foram presos no Rio de Janeiro, o general de brigada da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira foram presos.
A PF conseguiu recuperar o diálogo devido a uma instabilidade no UNA, aplicativo de mensagens utilizado pelo Exército. Com o app indisponível por causa de um bug, eles recorreram ao WhatsApp e, dessa forma, a conversa chegou na mão das autoridades investigadoras.
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A PF também identificou que militares foram à quadra da Asa Sul, em Brasília, onde mora Alexandre de Moraes, na suposta operação clandestina. Ainda de acordo com a PF, estva previsto no plano o sequestro e o assassinato do ministro, que se tornou um dos principais adversários do governo Bolsonaro, sobretudo após o presidente ser incluído pelo magistrado no Inquérito das Fake News, em 2021.
Além de Bolsonaro, a PF indiciou outras 36 pessoas por fazerem parte do plano de golpe. A investigação também concluiu na última quinta-feira, 21, o inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os indiciados por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão os generais ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, bem como o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
À coluna do Portal Metrópoles, Bolsonaro reclamou do relator do inquérito no STF: “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei. Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”.
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