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Entenda o que aconteceu com a cruz onde Jesus morreu

Várias igrejas dizem que possuem um pedaço da cruz, porém especialistas rebatem a ideia

Por Redação

19/04/2025 - 12:04 h
Cruz da primeira missa realizada no Brasil
Cruz da primeira missa realizada no Brasil -

De acordo com a história bíblica, Jesus de Nazaré morreu em uma cruz por ordem do prefeito romano da Judéia, Pôncio Pilatos. Tal jornada de Jesus até a morte é um dos principais elementos da Semana Santa.

Este momento é tão crucial para o Cristianimso que a cruz se tornou um dos principais símbolos das religiões que professam sua fé à figura de Jesus.

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Mas qual o paradeiro da cruz onde Jesus morreu?

Vários mosteiros e igrejas do mundo todo dizem que possuem um pedaço da “verdadeira cruz” em seus altares. Muitos, se baseando em textos dos séculos 3 e 4, que falam sobre a descoberta em Jerusalém do pedaço de madeira onde Jesus teria morrido.

"Essa história, que inclui o imperador romano Constantino e a mãe dele, Helena, foi o ponto inicial dessa trajetória da cruz de Cristo, que sobrevive até hoje", explica Candida Moss, professora de História dos Evangelhos e Cristianismo Primitivo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.

Moss se baseia em escritas antigas como às dos historiadores Gelásio de Cesareia e Tiago de Vorágine. Porém, para diversos outros historiadores, esses textos não dariam uma autenticidade para que esses pedaços de madeira que estão em vários pedaços do mundo sejam da cruz de Jesus.

"É muito provável que aquele pedaço de madeira não seja a cruz onde Jesus foi crucificado, porque muitas coisas poderiam ter acontecido com esse objeto. Por exemplo, os romanos podem tê-lo reutilizado para outra crucificação, em outro lugar e com outras pessoas", raciocina Moss.

Logo, como surgiu essa idéia de “verdadeira cruz” e por que existem tantos exemplares dizendo que supostamente façam parte da “original”.

Segundo o historiador Mark Goodacre, especialista em Novo Testamento da Universidade de Duke, nos EUA "(Isso se deve ao) desejo de ter uma proximidade física com algo que acreditamos."

"As relíquias cristãs são mais um desejo do que algo verdadeiro", diz ele.

Após a morte de Jesus, narrada no Evangelho, não houve nenhuma menção sobre um pedaço da madeira utilizada na crucificação de Jesus por 300 anos, mas, por volta do século 4 quando o historiador Gelásio de Cesareia relata em seu livro “A História da Igreja” sobre a descoberta da “verdadeira cruz” em Jerusalém, por Helena, santa da Igreja Católica e mãe do imperador romano Constantino.

Outras histórias afirmam que a “cruz verdadeira” foi reconhecida por ser a única das três a possuírem marcas de prego, visto que, de acordo com o Evangelho de João, somente Jesus foi crucificado assim no dia de sua crucificação.

"Toda essa história faz parte do desejo por relíquias que começou a ocorrer no cristianismo durante os séculos 3 e 4", contextualiza Goodacre.

Tal motivo dessa busca por relíquias tem muito a ver com a martirização.

Com a expansão do cristianismo pelo mundo a cruz se tornou o símbolo universal da religião assim, se iniciou também a multiplicação dos fragmentos da cruz.

Além da Basílica da Santa Cruz, as catedrais de Cosenza, Nápoles e Gênova, na Itália, o mosteiro de Santo Turíbio de Liébana (que tem a peça maior), Santa Maria dels Turers e a Basílica de Vera Cruz, na Espanha, afirmam ter um fragmento do tronco onde Jesus Cristo foi executado.

A Abadia de Heiligenkreuz, na Áustria, também guarda uma peça. Outro segmento muito importante está na Igreja da Santa Cruz, em Jerusalém.

Junto com as evidências físicas, os concílios de Niceia, no século 4, e de Trento, no século 16, deram validade espiritual à devoção destas relíquias.

Um tratado católico de 1674 afirma: "O sentido religioso do povo cristão encontrou, em todos os tempos, uma expressão em formas variadas de piedade em torno da vida sacramental da Igreja com a veneração das relíquias."

Tal multiplicação de fragmentos foi questionado por vários pensadores.

No século 16, o teólogo francês João Calvino destacou que com essa alta no tráfego de pedaços da tal “cruz verdadeira” seria possível “encher um grande navio” desses pedaços.

Mas essa afirmação foi refutada por estudiosos e cientistas ao decorrer da História.

Recentemente, Baima Bollone, professor da Universidade de Turim, na Itália, destacou num estudo que, se todos os fragmentos que afirmam fazer parte da cruz de Cristo fossem reunidos, "só conseguiríamos restaurar 50% do tronco principal".

O que é real?

Para Moss, é “muito provável que Helena tenha encontrado um pedaço de madeira, mas o que também é muito provável é que alguém o tenha colocado naquele local para dar ideia de que aquela era a cruz onde Jesus morreu".

Além disso, há uma outra dificuldade para comprovar se essas peças realmente pertenceram a alguma crucificação que aconteceu no tempo de Cristo.

"Por exemplo, a datação por carbono, que seria uma das primeiras coisas a se fazer num caso desses, é cara. Uma igreja de porte médio não tem fundos para realizar este tipo de trabalho", diz ele.

E mesmo que fosse possível fazer esse estudo, o resultado poderia afetar a integridade do material.

"A datação por carbono é considerada intrusiva e um tanto destrutiva. Mesmo que seja necessário apenas cerca de 10 miligramas de madeira, esse processo ainda envolve o corte de um objeto sagrado", observa Moss.

Logo, é muito improvável que seja encontrado algum pedaço da verdadeira cruz.

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Tags:

Cruz de Cristo semana santa

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