Esquerda surpreende na França; Extrema-direita fica em terceiro

Uma semana depois de sair vencedora do 1º turno das eleições legislativas, convocadas de forma antecipada pelo presidente Emmanuel Macron, a extrema-direita sofreu uma virada histórica da esquerda num 2º turno com a maior participação de eleitores desde 1981 na França.

Segundo pesquisas de boca de urna, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular superou a chapa governista Juntos e deixou a Reunião Nacional, da extrema-direita, em terceiro. Após a derrota no 1º turno, partidos de centro, ecologistas e de esquerda se uniram para barrar a onda populista que ameaçava chegar ao poder pela primeira vez desde a ocupação nazista da França, na Segunda Guerra Mundial.

Diante da projeção do resultado, o atual primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, afirmou que irá apresentar seu pedido de demissão ao presidente Emmanuel Macron nesta segunda-feira, 8. Nenhum grupo ficou próximo de obter assentos suficientes para formar uma maioria absoluta no Legislativo.

O líder de extrema direita Jordan Bardella denunciou o que chamou de "aliança da desonra", referindo-se aos pactos implícitos entre a Nova Frente Popular e a coalizão governista de centro-direita Juntos, que, acredita, impediram sua vitória nas eleições legislativas.

O presidente Emmanuel Macron sinalizou que não vai tomar medidas imediatas e que irá esperar até o dia 18 de julho, quando a Assembleia Nacional se reúne em sua nova formação. A coalizão de partidos de esquerda chegou em primeiro lugar, e poderá somar entre 188 e 199 cadeiras na Assembleia Nacional. Os aliados de Macron devem ficar com algo entre 164 e 169 cadeiras. A Reunião Nacional ficará cocom um mínimo de 135 e máximo de 143 cadeiras.