MUNDO
Existe assento mais seguro para sobreviver a queda de avião?
Na última semana, Boeing-787 caiu na Índia e apenas uma pessoa sobreviveu
Por Redação

O fato curioso do único sobrevivente do acidente do Boeing-787, que caiu na Índia na quinta-feira, 12, gerou muitas dúvidas sobre se de fato existem assentos mais seguros dentro do avião para casos de desastres. Em reportagem do Fantástico, um especialista explicou os principais motivos do acidente e sobre o posicionamento dos lugares no avião.
A aeronave que decolou lotado de Ahmedabad, na Índia, com destino ao Aeroporto de Gatwick, em Londres, subiu cerca de 200 metros, mas cinco minutos depois de levantar o voo caiu de nariz para cima, sobre um alojamento de uma faculdade de medicina. Com os tanques cheios, o acidente gerou uma grande explosão.
Assento do passageiro
O sobrevivente estava sentado na poltrona 11A que fica localizada próxima das asas dos tanques de combustível, que para o comandante Lotário Kieling, piloto, instrutor e examinador no Brasil e na China é um dos lugares mais propícios para iniciar possíveis incêndios.
No entanto, o homem saiu ileso dos destroços em chamas, "Não sei como consegui escapar. Depois uma ambulância me trouxe aqui para o hospital”, disse Ramesh Vishwashkumar, o sobrevivente do acidente do Boeing-787.
Existe assento mais seguro?
Segundo o especialista, a cauda é o local mais seguro para estar em possíveis acidentes. "Geralmente, o lugar mais seguro é a cauda. Até porque as chamas acabam comprometendo toda a estrutura da nave e a cauda acaba ficando", explica.
O piloto reforça ainda que a análise é genérica, pois acidentes podem acontecer de diferentes formas. Mas o fato curioso foi como o passageiro saiu ileso estando sentado perto dos tanques de combustível.

Sobreviventes de acidentes de avião
Outro caso de sobrevivente em acidente de avião, foi o de Alan Ruschel no desastre da Chapecoense que matou 71 pessoas, o jogador voltou ainda a jogar em alto nível. "Acho que foi a intervenção divina ali, e Deus quis que eu ficasse aqui", apontou o goleiro.
Um acidente nos Andes, em 1972, no qual os passageiros passaram 72 dias perdidos na neve, também teve um sobrevivente, Antonio Vizintín. O homem chegou até a se alimentar de carne de companheiros mortos, tem uma visão mais prática.
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No caso do acidente na Índia, a resposta de como Ramesh sobreviveu, apenas o tempo, o conteúdo da caixa preta do 787 da Air India e as investigações irão dizer.
A queda
De acordo com as imagens, o especialista explicou que é perceptível que havia problema, pois o avião percorreu a pista por completo e levantou poeira. Segundo o piloto, “a pista tem 3.599 metros. E metade dessa pista é suficiente para o 787 decolar. Ou para a maioria dos aviões comerciais", analisa.

Trem de repouso
Outro fator apontado pelo instrutor é o trem de repouso que normalmente é recolhido logo que o avião sai do solo, mas o Boeing-787 manteve o trem de repouso abaixado. O especialista explicou que "a aeronave teve uma ascensão positiva inicialmente. Era o momento para recolher o trem", portanto o avião conseguiu decolar e estava subindo.
Posição dos flapes
O terceiro ponto citado pelo especialista foram os flapes, as partes móveis de trás das asas, fundamentais para aumentar a sustentação na decolagem. "E como nós podemos aumentar a sustentação? Através da velocidade, aumentando a velocidade da aeronave, aumentando a área da asa ou aumentando a curvatura da asa do aerofólio", afirmou.
Por que o Boeing caiu?
Para Lotário Kieling, a principal hipótese da motivação do acidente seria de pane geral nos motores, assim que o avião decolou.
Outra tese, cogitada entre os profissionais da área, é que, logo após a decolagem, em vez de recolher o trem de pouso, os pilotos tenham recolhido os flapes.
Um novo vídeo da queda do avião, com melhor qualidade, surgiu no último sábado, 14, se verdadeira, a imagem sugere que está estendido um equipamento chamado R.A.T. (sigla em inglês para Ram Air Turbine), que usa o vento para gerar energia e se estende de forma automática.

"Ele é um gerador eólico, que é uma hélice, e esse gerador é utilizado em casos de emergência. Que emergência? Se perder todo o sistema elétrico", explicou o especialista.
O R.A.T. também pode ser acionado em casos de:
- Pane hidráulica muito grave;
- Pane simultânea dos dois motores.
O comandante fala ainda que ainda é prematuro dizer qual foi a causa do acidente, mas caso de fato o R.A.T tenha sido estendido, “talvez haja uma falha complexa, como perda dos dois geradores, falha elétrica, que culminou com esse equipamento sendo acionado automaticamente”, pontuou.
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