MUNDO
Zelensky aceita se encontrar com Putin para negociar paz
Encontro deve acontecer na Turquia na próxima quinta-feira, 15
Por Redação

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou neste domingo, 11, que está disposto a se encontrar pessoalmente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para iniciar negociações diretas de paz entre os dois países, que guerreiam desde 24 de fevereiro de 2022.
Putin havia sugerido um encontro pessoal com Zelensky na Turquia, na próxima quinta-feira, 15. Segundo o presidente ucraniano, a proposta foi um sinal positivo dos russos.
O líder ucraniano exigiu da Rússia, porém, um cessar-fogo já a partir desta segunda-feira, 12.
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“Aguardamos um cessar-fogo total e duradouro, a partir de amanhã, para fornecer a base necessária para a diplomacia. Não faz sentido prolongar as mortes. E estarei esperando por Putin na Turquia na quinta-feira. Pessoalmente, espero que desta vez os russos não procurem desculpas”, publicou Zelensky, na rede social “X”.
Quem também se manifestou sobre a situação foi o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que garantiu que a capital do país, Istambul, "está pronta para sediar negociações que levariam a uma solução permanente".
Entenda a guerra
A guerra russo-ucraniana começou oficialmente no dia 24 de fevereiro de 2022, quando o exército da Rússia invadiu a Ucrânia, visando derrubar o governo de Volodymyr Zelensky.
A ação russa foi uma resposta à aproximação que o governo Zelensky fazia da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, que avança para países vizinhos à Rússia.
A ideia de Putin era derrubar Zelensky em pouco tempo, assumir o controle do país e impedir a assinatura do acordo com a Otan. Entretanto, a Ucrânia rapidamente recebeu apoio econômico e armamentício de seus aliados dos Estados Unidos e da Europa, conseguindo confrontar os russos invasores de seu território. Com isso, a guerra russo-ucraniana se arrasta por mais de dois anos.
Leste ucraniano em disputa
Apesar da guerra ter iniciado em fevereiro de 2022, a rivalidade entre Rússia e Ucrânia já vinha escalando há mais tempo, baseada na divisão sócio-cultural ucraniana.
O leste da Ucrânia é identificado etnicamente com a Rússia, falando russo como idioma nativo, e vinha conseguindo se sobrepor politicamente no país, sempre elegendo o presidente em Kiev, no lado oeste do território.
Porém, em 2013, após o então presidente Viktor Yanukovych se recusar a assinar um acordo de associação com a União Europeia, uma revolta se iniciou no oeste da Ucrânia, que resultou na derrubada do líder político em Kiev em fevereiro de 2014.
A queda de Yanukovych gerou revolta nas principais cidades do leste ucraniano, como Donetsk, Luhansk, Kharkiv e Odessa, além da península da Crimeia, dando início a uma guerra civil: de um lado, os ucranianos pró-Rússia; do outro, os ucranianos pró-Europa.
Aproveitando a confusão, a Rússia então invadiu a Crimeia e anexou a península a seu território, o que nunca foi aceito pela Ucrânia. Desde então, a relação entre os dois países degringolou e pairava no ar a suspeita de que Putin pretendia invadir o restante do leste ucraniano, o que se tornou realidade em fevereiro de 2022.
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