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PORTAL MUNICÍPIOS

Feira de Santana tem o terceiro maior PIB da Bahia

Com R$ 17,2 bilhões, município fica atrás apenas de Salvador e Camaçari

Por Miriam Hermes

28/08/2025 - 3:42 h | Atualizada em 28/08/2025 - 7:37
CADERNO ESPECIAL A TARDE MUNICÍPIOS - FEIRA DE SANTANA
Na foto:  Avenida José Joaquim Seabra
Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE
CADERNO ESPECIAL A TARDE MUNICÍPIOS - FEIRA DE SANTANA Na foto: Avenida José Joaquim Seabra Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE -

Município que se transforma pela força do trabalho, dinamismo da economia e recursos públicos diretos e indiretos, Feira de Santana tem a maior população do interior baiano, somando 657.948 habitantes na estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024.

Com R$ 17,2 bilhões, tem o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) entre os municípios baianos, ficando atrás de Salvador e Camaçari, conforme os últimos dados divulgados com o indicativo, pelo IBGE a SEI/BA.

Outro indicador positivo, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra Feira de Santana com 0,712, número considerado alto, pois o máximo é 1,0. Vale destacar que a última divulgação deste número para municípios foi em 2013, com base em dados de 2010.

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O potencial de desenvolvimento de Feira de Santana vem atraindo durante toda sua história, além dos investimentos do governo federal, estadual e municipal, também a confiança da iniciativa privada para empreendimentos de diferentes dimensões, com destaque para comércio e serviços.

Neste segmento, o shopping center Boulevard Feira é referência desde 1999 como ponto de encontro, para compras, serviços e entretenimento. Com 146 lojas, das quais, oito âncoras, o local conta com quatro salas de cinema e faz parte da vida de muitos feirenses e moradores dos municípios do entorno e outras regiões do interior do estado.

Com transferências mensais, o fluxo de crescimento da ‘terra das boiadas’, também conhecida como ‘princesa do sertão’, tem apoio do governo federal para obras e programas. Conforme divulgado pela União, a injeção de recursos somou R$ 2,8 bilhões entre 2023 e 2024.

Deste total, mais de R$ 600 milhões foram transferidos à gestão local, e mais de R$ 2,1 bilhões chegaram no município em repasses através de programas como Bolsa Família, Auxílio Gás, Benefício de Prestação Continuada, da Previdência e Seguro-desemprego.

Embora chegue em pequenas quantias pulverizadas entre as 77,8 mil famílias que recebem o Bolsa Família, segundo a União, esse dinheiro movimenta uma parte importante do comércio e serviços. Os recursos circulam também com as 1,7 mil famílias por meio do Auxílio Gás e com os 94,8 mil benefícios previdenciários e BPC, segundo os dados oficiais.

ESPERANÇA – Com reflexo no presente e futuro, dentre outros investimentos, no setor educacional o município teve no ano passado 14,8 mil alunos aprovados no programa Pé-de-Meia, com recursos federais visando uma poupança para estudantes do Ensino Médio. Outro reforço na área educacional, com impacto na melhoria da aprendizagem e integração social, foram as 1,6 mil matrículas em tempo integral voltadas para a rede municipal no Ciclo 2023-2024.

A saúde dos feirenses também recebeu recursos em variados segmentos, notadamente moradores de áreas mais periféricas e distritos com profissionais do programa ‘Mais Médicos’. “O Sistema Único de Saúde é mantido de forma tripartite, somando recursos da União, Estado e Município”, disse o secretário de Saúde de Feira, Rodrigo Matos.

Ele ressaltou a importância deste trabalho em parceria para a população. “Através do Mais Médicos combatemos as desigualdades e dispomos destes profissionais nos oito distritos, onde historicamente tínhamos dificuldade de preencher estas vagas”, exemplificou.

Novidade deste ano foi a adesão do município ao programa ‘Agora tem especialistas’, que vai reforçar o atendimento na Santa Casa com sete médicos especializados, entre eles em cardiologia, oncologia e cirurgia geral.

“Temos deficiência destes profissionais no Nordeste”, destacou Matos, citando que dentro do programa existe também a possibilidade de clínicas especializadas trocarem serviços prestados à população por dívidas fiscais com a União, inclusive para cirurgias eletivas.

Arte e cidadania

Em Feira de Santana os festejos populares e religiosos congregam seus moradores com influências africanas, europeias e dos povos originários, através de eventos que são ensinados entre as gerações. Neste meio, também as novas e boas ideias são bem vindas.

E, entre velhos costumes e inovações criativas de apoio à cidadania através da cultura e da arte, projetos federais repassaram ao segmento cultural R$ 4,7 milhões pela Lei Paulo Gustavo e R$ 3,9 milhões pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), entre 2023 e 2024.

Secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Cristiano Lobo disse que este ano está em execução o PNAB, salientando que o plano “representa um marco para o fomento contínuo da cultura em todo o Brasil, especialmente em cidades como Feira de Santana, que possuem uma diversidade cultural intensa e uma produção artística viva”.

Só no primeiro trimestre deste ano a secretaria liberou o pagamento de R$ 2,4 milhões para 121 projetos aprovados nos editais, distribuído em 25 categorias culturais. O edital de 2025 está na fase escuta das comunidades, de acordo com Lobo, ressaltando que projetos aprovados este ano, receberão os recursos e serão aplicados em 2026.

Estes valores aquecem diferentes segmentos da economia feirense e também impactam na vida de artistas e demais trabalhadores do setor. Entre as ações que estão em execução, o projeto ‘Acordes para a vida’ foi criado pela produtora cultural Micheline Castro, e impacta na vida de 20 crianças e adolescentes de 07 a 17 anos.

Criadora de projetos socioculturais e esportivos, ela apontou a relevância do PNAB “como ferramenta de transformação social através das aulas de violão com o professor Roni Santini”.

Castro enfatizou ainda que também são disponibilizados materiais didáticos, fardamentos e lanches, revelando que a iniciativa tem apoio do CRAS Jardim das Acácias, local em área periférica, escolhido dentre outros fatores pelo alto índice de evasão escolar.

Geografia é um diferencial competitivo da região

A expansão de Feira de Santana também impulsiona os demais municípios da região. Sua posição geográfica favorece a logística e impacta diretamente no desenvolvimento econômico e social do entorno. A inauguração da unidade baiana da indústria de alimentos São Braz, em Conceição do Jacuípe, no primeiro semestre deste ano, é reflexo desta conjuntura.

O empreendimento pertence ao grupo sediado em Cabedelo, na Paraíba, produz mais de 200 itens em 12 linhas industriais e foi projetado para fabricar mais de 10 mil toneladas por mês.

“A estrutura de escoamento da Bahia foi importante para a nossa decisão”, afirmou o diretor administrativo financeiro da São Braz, Rosenvaldo Costa. Ele pontuou que “a localização estratégica (da região de Feira de Santana) permite acesso facilitado às principais capitais do Nordeste e aos polos logísticos, o que ajuda muito na distribuição dos nossos produtos com agilidade e menor custo”.

Segundo Costa, “ter rodovias interligando centros de redistribuição próximos nos dá mais eficiência e previsibilidade nas entregas”. Também pesou na escolha a proximidade com áreas produtoras de matérias-primas, como milho, e a potência do mercado consumidor do estado, que é “uma porta de entrada para outros mercados vizinhos”, definiu.

Outro ponto salientado pelo diretor administrativo é a disponibilidade de mão de obra qualificada. “A região tem boa formação técnica que nos dá segurança na contratação e treinamento de equipes”, enfatizou, acrescentando que “os incentivos fiscais oferecidos pelo governo estadual ajudaram a viabilizar o projeto com maior competitividade”.

Vizinho de Conceição do Jacuípe, Feira de Santana é o município-sede do Território de Identidade Portal do Sertão. Comemora 192 anos de emancipação política em setembro, consolidando sua posição como um polo de comércio e serviços, não apenas para a região circunvizinha.

Segunda maior cidade baiana em população, tem mais de 600 mil habitantes transitando pelas ruas largas, que começaram a ser projetadas ainda no século XIX, refletindo a visão empreendedora e visionária daqueles gestores.

Apontado como principal polo comercial do interior do Norte e Nordeste do Brasil em 2024, Feira tem cerca de 60% do PIB relativo a comércio e serviços. Esse movimento gera cerca de 42 mil empregos formais, representando 29% do total de vagas, conforme a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2024.

O município e seu entorno se fortalecem, além da indústria, comércio e serviços, também em função de ser um grande entreposto, assim como registrado nos primórdios da sua história, quando o lugar era ponto de encontro para compra e venda de boiadas e outros produtos que vinham pelas trilhas do interior, para abastecer o litoral.

A localização continua privilegiada, pois conta atualmente com cinco rodovias (dentre elas as BR-116, BR-324 e BR-101), a proximidade de 109 km da capital e de 90 km do Porto de Salvador. Essa condição favorece segmentos de transporte, armazenagem e distribuição que, juntos, empregavam em 2024 quase 11 mil pessoas, representando 7,5% do emprego formal no município.

De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDR), Angelo Almeida, além da logística, a região de Feira “tem uma base industrial diversificada e de longa data, sendo considerada um dos principais polos industriais da Bahia”.

Embora com plantas também nos demais municípios, em Feira, o Centro Industrial do Subaé (CIS) é um ponto de referência fundado há 40 anos, que hoje abriga quase 200 empresas em operação. A atividade industrial empregava 22 mil trabalhadores no ano passado, equivalente a 16% dos empregos formais.

Uma requalificação do espaço está em andamento. “Foi discutida com as entidades, é apoiada financeiramente pelo Fundo Estadual de Desenvolvimento das Áreas Industriais (Funedic) e tem parceria da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra)”, afirmou Almeida.

Formado por 17 municípios, o Território Portal do Sertão foi foco para assinatura de 54 protocolos de intenções com o Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), entre janeiro de 2023 e julho de 2025. “Esses protocolos somam uma previsão de investimentos de aproximadamente R$ 1,92 bilhão e estimam a geração de 3.184 empregos diretos e 2.651 indiretos”, ressaltou o secretário.

Atualmente, 123 projetos já implantados e em operação nesses municípios têm acompanhamento da SDE. Somados, eles representam investimentos de R$ 1,77 bilhão, gerando 18.841 empregos. Outros 33 projetos estão em fase de implantação ou ampliação no território, com previsão de gerar mais 2.640 postos de trabalho e investimentos estimados em R$ 1,38 bilhão.

Pequenos negócios

Há 34 anos o Sebrae Regional de Feira de Santana atende pequenos empreendedores da região, são mais de 70 municípios de quatro territórios de identidade e agências, além de Feira, também em Itaberaba e Euclides da Cunha.

Na região, conforme a última atualização do Data Sebrae (13/08/2025), 95% das pessoas jurídicas (CNPJs) são de pequenos negócios, com números de atendimento crescentes. Em 2023 foram mais de 10,2 mil estabelecimentos atendidos e, no ano passado, mais de 12,4 mil. Este ano, a conta já passa de 14 mil atendimentos. A meta é a de ultrapassar a casa de 20 mil até dezembro.

“Ter um pequeno negócio em Feira de Santana, município de extrema localização estratégica, é muito favorável”, disse o gerente regional do Sebrae Feira, Isailton Reis. Ele explicou que os negócios estão próximos de dois mercados importantes para o desenvolvimento.

O mercado fornecedor das matérias-primas e o mercado consumidor, que extrapola os limites regionais, o que é facilitado também pela estrutura viária. “Dizem que o Brasil passa por Feira de Santana”, citou, destacando que essa condição é favorável aos negócios.

De acordo com Reis, as equipes do Sebrae têm várias frentes de atuação, dentre elas o atendimento individualizado, praticado nas agências e através do Sebrae na Empresa. Outro modelo é o atendimento coletivo, para avaliar o potencial de um segmento, trabalhando em conjunto com as empresas deste setor. “Avaliamos também a governança, que aqui em Feira é muito forte”, ressaltou.

Ele pontuou que os programas visam estimular um ambiente favorável para pequenos negócios dentro de um município ou região, para promover o desenvolvimento das comunidades.

Isailton Reis destacou ainda que em Feira de Santana as startups “vêm dando um show de inovação e atendimento”. “Não só para empresas locais, mas da Bahia, do Brasil e do mundo, E nós estamos juntos, temos apoio específico ao segmento”, garantiu. Ele também apontou como imprescindíveis neste trabalho as parcerias com as demais instituições, com o poder público e entidades empresariais.

Produção, distribuição e conexões

Criada em 1951, a paraibana indústria de alimentos São Braz chegou na Bahia (Conceição do Jacuípe) para atender inicialmente, além dos consumidores baianos, também os estados de Sergipe, Alagoas e parte de Pernambuco. O projeto prevê cerca de 1,4 mil empregos diretos e indiretos entre produção, transporte, distribuição, comercialização e serviços associados.

“A ideia é que essa planta se torne um hub logístico para o crescimento regional da empresa”, explicou o diretor administrativo financeiro do empreendimento, Rosenvaldo Costa, destacando que o grupo já estrutura a operação para atender outras regiões.

Neste sentido, o empreendimento em Conceição do Jacuípe conta com um Centro de Distribuição que já está em operação. Localizado junto da planta industrial, o CD “é responsável pela expedição tanto da produção desta unidade, quanto dos produtos provenientes de Cabedelo, na Paraíba”, revelou Costa, enfatizando que o espaço tem capacidade para expedir diariamente mais de 70 veículos.

A indústria, assim como outras existentes na região, age como catalisadora que movimenta matérias-primas e mercadorias. “Atuamos com parceiros técnicos, contratamos fornecedores para serviços estratégicos de forma contínua e pontual, e impulsionamos a economia local em múltiplas frentes”, asseverou Costa.

Conforme o diretor da São Braz, “mais do que uma planta industrial, estamos construindo um ecossistema de conexões e oportunidades”, disse, pontuando que “cada etapa da nossa operação (da chegada dos insumos à gôndola do supermercado) é pensada para gerar valor, estimular o comércio e promover a marca com inteligência e proximidade”.

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Economia de Feira de Santana feira de santana Instituto Brasileiro de Geografia PIB de Feira de Santana

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