PRESENTES DE ANIVERSÁRIO
CAIXA Cultural traz Geraldo Azevedo, Adriana Calcanhotto e mais a Salvador
Evento vai comemorar 45 anos da CAIXA Cultural em grande estilo
Por Maria Raquel Brito*

Salvador será palco de um encontro de artistas de peso da música brasileira entre os dias 14 e 24 de agosto. É o Festival Palco Brasil, que desembarca na CAIXA Cultural, no centro da cidade, para mais uma edição repleta de música da melhor qualidade. Este ano, o comando do evento fica por conta de Geraldo Azevedo, Adriana Calcanhotto, Paulinho Moska, Jota.pê e Joyce Alane.
Os shows acontecem nas quintas, sextas-feiras e sábados, sempre às 20h, e nos domingos, às 19h. Os ingressos, a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), estão disponíveis para venda pelo Sympla, sempre na terça-feira anterior ao show de cada artista.
O Palco Brasil surgiu em 2017, tendo como objetivo ser um circuito de difusão da música popular brasileira.
Segundo Fernanda Bezerra, curadora do festival, a ideia da curadoria, especialmente nesta edição, foi promover a diversidade de gerações e trazer nomes que nunca passaram pelo palco da CAIXA Cultural Salvador.
“A gente está mesclando artistas que estão renovando a música popular brasileira, como Jota.pê e Joyce Alane, e artistas que já têm uma trajetória bem consolidada, como Geraldo Azevedo, que está comemorando 50 anos de carreira, Adriana Calcanhotto e Paulinho Moska”, diz.
Este ano, a comemoração é ainda mais especial, em homenagem aos 45 anos da CAIXA Cultural e os 25 anos da CAIXA Cultural em Salvador. “O Palco Brasil é esse momento de conexão, de interatividade. A gente vai promover oito shows a preços super populares, porque esperamos que todos possam conferir”, afirma Fernanda.
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Para todos os gostos
Cada data será protagonizada por um dos artistas, com shows intimistas, majoritariamente em voz e violão. Quem abre as atividades é Paulinho Moska, que se apresenta nos dias 14 (quinta) e 15 (sexta). Ao Palco Brasil, o cantor trará uma apresentação especial, em um formato que nunca fez antes: para cada uma das 12 canções do repertório, contará um pouco como elas surgiram.
As histórias, ilustradas por vídeos dele e da VJ baiana Vic Zacconi, vão de Tudo novo de novo, que foi feita enquanto ele passava por uma separação e, 25 anos depois, se tornou trilha de um documentário sobre um incêndio do Museu Nacional, passando por Namora comigo, feita para a voz de Mart’nália, até A seta e o alvo, escrita a partir de um sonho. Filho de soteropolitanos e dono de alma igualmente baiana, Moska celebra o fato de estrear esse show aqui. “Eu estou super ansioso com esse show, está sendo muito interessante. É uma coisa que só a Bahia mesmo, com essa alegria maravilhosa de vocês, pode oferecer. Uma surpresa para a gente mexer um pouco a cabeça, botar o cérebro para funcionar e encarar dois shows maravilhosos”, diz.
Na sequência, o sábado vem com tudo, comandado pelo cantor e compositor paulista Jota.pê, que leva ao palco faixas do aclamado álbum Se meu peito fosse o mundo (2024), incluindo as canções Tá Aê, Ouro Marrom e Feito a Maré, parceria com Os Gilsons. Representante da nova geração da música brasileira, Jota.pê despontou na cena pop e contemporânea brasileira, conquistando três estatuetas do Grammy Latino, incluindo o prêmio de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira”.
Na noite de domingo, quem sobe ao palco é a revelação pernambucana Joyce Alane. Dona de uma voz potente e letras sensíveis, a cantora traz para o público faixas dos álbuns Tudo é minha culpa (2024) e Casa Coração (2025) – este último lançado em maio deste ano como uma homenagem ao forró, incluindo releituras de clássicos como Dona da minha cabeça, do conterrâneo Geraldo Azevedo, que também se apresenta no festival.
Mas as autorais, através das quais Joyce conquistou seu público fiel, também não podem faltar: entre os destaques da noite, a cantora dá a roupagem de voz e violão aos sucessos Eu Não Tô Bem e Idiota Raiz (Deixa Ir), feita em parceria com João Gomes.
Para a pernambucana, que já está familiarizada aos palcos soteropolitanos, um dos pontos dignos de destaque é o calor da plateia. “Eu acho que esse é o diferencial da gente, da nossa região como um todo: esse calor que a gente sabe dar para as pessoas. Por isso eu tenho um carinho muito grande por Salvador. Eu levo as pessoas que eu amo para aí”, conta.
Na segunda semana de shows, o Festival Palco Brasil recebe o cantor e compositor Geraldo Azevedo, que se apresenta nos dias 21 (quinta) e 22 (sexta). Comemorando 50 anos de trajetória em um espetáculo intimista de voz e violão, o mestre dos clássicos Táxi Lunar, Caravana e Bicho de Sete Cabeças traz ao palco a maturidade e sensibilidade de uma carreira que atravessa gerações da MPB.
No auge dos seus 80 anos, o artista retorna para momentos especiais em meio ao público, sempre recheados de emoção, poesia e intensidade.
Encerrando essa edição, Adriana Calcanhotto chega com sua voz inconfundível no sábado (23) e domingo (24). Com uma essência delicada que transita entre a bossa nova e MPB, a artista revisita clássicos autorais, como Devolva-me, Esquadros e Vambora, ao mesmo tempo em que empresta sua sensibilidade a canções de Caetano Veloso, Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Encontro de gerações
Mesmo que as apresentações sejam em datas diferentes, dividir o espaço de um festival com artistas em diferentes patamares de experiência é um movimento que atrai todos os públicos.
Mas não é só na plateia que está a disposição para conhecer novos artistas: para quem se apresenta, esse diálogo também é essencial.
“A coisa mais importante na cadeia da música é esse encontro. Eu já fui jovem e debutante também e sei que alguns maravilhosos mais velhos me abriram os braços. Então, a gente entende que isso é uma coisa natural, porque quem gosta de música, gosta de música. Não interessa muito a idade, mas sim desfrutar. A música é o verdadeiro abre-alas, sabe? Ela vai formando uma família alternativa, em que as pessoas que fazem música se comunicam e isso atravessa as gerações. Então, eu adoro estar entre os mais velhos e entre os mais novos”, defende Paulinho Moska.
Joyce, que no auge dos seus 26 anos já colaborou com artistas como Dorgival Dantas, Chico César e Santanna, O Cantador, concorda com Moska. A cantora afirma que quem está começando encara outra realidade, o que favorece a troca de figurinhas e com a velha guarda.
“Ter essa geração comigo é muito importante, eu aprendo muito. Estar no mesmo palco em que também estarão esses grandes nomes é para mim uma alegria muito grande, me faz pensar: ‘que massa que eu estou chegando nesses lugares também’. E faz perceber que, sim, sou grande admiradora dos trabalhos deles, mas a gente está junto nesse festival, cantando e partilhando a nossa arte. Somos colegas de trabalho!”, exclama.
E se há um lugar ideal para qualquer tipo de união é a Bahia, com seu ar propenso ao carinho. Quem valida o argumento são os próprios artistas: coincidentemente, foi em solo soteropolitano que Paulinho Moska se casou oficialmente em 2023 – em pleno Carnaval e com direito a celebração de Carlinhos Brown em cima do trio – e também foi aqui que, no início deste ano, Joyce Alane ficou noiva. Talvez seja algo no ar. Moska que o diga:
“Às vezes eu fico um ano sem ir à Bahia e já me dá uma coceira, eu pego uma passagem e vou para passar as férias. Eu gosto de tudo daí: da cultura, da energia das pessoas, do sotaque doce baiano. Existe uma certa ternura nesse sotaque, no jeito das pessoas se tratarem. Gosto até de ver baianos brigando”, brinca.
“Até quando se ofendem, vocês têm uma ternura, uma doçura. Pode ser que não tenha para vocês, mas do ponto de vista de fora é sempre meio doce a coisa baiana. E eu reconheço essa doçura em mim também, na minha genética. Então, eu só vejo qualidade”, conclui Paulinho.
Festival Palco Brasil / Com Paulinho Moska: quinta (14) e sexta-feira (15) / Jota.pê: sábado (16), Joyce Alane: domingo (17), Geraldo Azevedo: quinta (21) e sexta-feira (22) e Adriana Calcanhotto: sábado (23) e domingo (24) / CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro) / Horários: quinta, sexta-feira e sábado às 20h; domingo às 19h / R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada para clientes CAIXA e casos previstos em lei) / Vendas: Sympla / A venda dos ingressos obedecerá ao seguinte cronograma: 1ª semana (shows de 14 a 17/08): ingressos no dia 12/08 às 12h no Sympla. 2ª semana (shows de 21 a 24/08): ingressos no dia 19/08 às 12h no Sympla / Classificação indicativa: 16 anos
*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.
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