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'Nova Gal Costa' pode ser escolhida esta semana em Salvador

Audições para o musical sobre a vida da artista estão sendo feitas na capital baiana

Franciely Gomes e Giulia Gazar

Por Franciely Gomes e Giulia Gazar

25/09/2025 - 8:27 h
Atriz participando da audição do musical
Atriz participando da audição do musical -

“Eu vi um menino correndo… Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino.” É com a força estranha dessa voz, capaz de atravessar gerações e redesenhar a história da música brasileira, que Salvador, berço de Gal Costa, se tornou palco das audições para o espetáculo 'Gal, O Musical'. A cidade natal da cantora abriu suas portas para escolher o rosto que dará vida, por muitos anos, à eterna musa do tropicalismo, morta em 2022.

Mais de 190 artistas se inscreveram para os testes de canto e atuação iniciados na última segunda-feira, 22, mas apenas 60 chegaram às audições presenciais, que, na capital baiana, seguem até esta sexta-feira, 26, data em que a artista faria 80 anos. Os papéis de Gal, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, amigos e parceiros que moldaram o imaginário brasileiro, estão em disputa em Salvador e nas próximas semanas, em São Paulo. Para a diretora e idealizadora Marília Toledo, começar as audições na Bahia é um gesto de respeito à essência da artista e à força cultural nordestina.

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“Eu queria começar as audições aqui para justamente dar essa oportunidade de atores baianos ou não só da Bahia, mas do Nordeste, poderem se apresentar em primeira mão. Eu acho que respeitar a origem de Gal, Caetano, Bethânia e Gil é muito importante e ainda bem que a gente conseguiu e que deu certo, pois estamos ouvindo aqui artistas maravilhosos”, disse ela.

A profissional ainda afirmou que escolheu falar de Gal pela sua importância como uma das vozes femininas no Brasil. “Eu sempre tive vontade de fazer uma produção sobre uma mulher potente da nossa música brasileira. E aí nada melhor do que Gal. Eu acho que ela representa toda a potência feminina, ela é a grande voz do tropicalismo e tem uma força aí de narrativa gigantesca”.

Parceiro de direção de Marília, Kleber Montanheiro também revelou que enxerga Gal como uma potência nacional e acredita que a história dela deve ser perpetuada por todo o Brasil.

A equipe formada por Kleber Montanheiro, Daniela Cury e Marília Toledo, respectivamente
A equipe formada por Kleber Montanheiro, Daniela Cury e Marília Toledo, respectivamente | Foto: Giulia Gazar | Ag. A TARDE

“Eu acho que contar a história da Gal é contar um pouco da história do Brasil, né? Um recorte aí da história do Brasil com todos os artistas que estavam em torno dela, não só Bethânia, Caetano, Gil, mas sim compositores que ela lançou. Pessoas que foram sendo vistas e reconhecidas através do trabalho e da voz dela”, disse.

“Eu acho que também é trazer um pouco dessa identidade da música brasileira e baiana, a música aqui do nordeste do país. Gal realmente abriu, como o Kleber falou, espaço para muitos outros artistas”, completou Marília.

Turnê nacional?

O musical, que estreia em março de 2026 em São Paulo, conta com um repertório de mais de 40 canções, entre elas, “Baby”, “Mamãe Coragem” e “Brasil”. Mais que um espetáculo, a montagem pretende transformar memórias em canto e revelar novas vozes que, ao ecoarem Gal, continuam a contar, como ela mesma cantou, um pouco da história do Brasil.

A trama abordará a vida de Gal Costa desde o início de sua carreira até o fim de sua vida, em 2022, quando faleceu após sofrer um infarto agudo do miocárdio.

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A cantora também tratava um câncer de cabeça e pescoço, que não foi exposto publicamente, mantendo sua vida pessoal o mais reservada o possível e longe dos holofotes da mídia.

Uma das escolhas da direção é não expor explicitamente a morte da artista. O momento será representado por uma imagem da divindade indu Shiva e pela música “Vaca Profana”, de Caetano Veloso, interpretada pela cantora na década de 1980.

Apesar do início em solo paulista, a direção do espetáculo tem pretensão de passar pelas principais capitais do Brasil, em formato de turnê, incluindo Salvador.

“A gente estreia em São Paulo, mas tem muita chance depois de ir para o Rio de Janeiro e a ideia é sempre fazer turnê. Então, o nosso desejo é esse”, diz Marília.

Elenco quase 100% baiano

Uma das atrizes realizando o teste de elenco
Uma das atrizes realizando o teste de elenco | Foto: Giulia Gazar | Ag. A TARDE

Escolhidos para disputar a vaga do papel principal ou dos coadjuvantes, os artistas baianos passaram por uma bateria de testes produzidos por Daniela Cury, a produtora de elenco.

Em conversa com a reportagem, ela contou um pouco dos critérios para a escolha dos atores principais. “Para todos os musicais que a gente audiciona e seleciona profissionais, precisamos estar muito atentos aos detalhes dos personagens que vão ser representados e esse musical tem essas especificidades”, explicou.

“Por isso que a gente está em Salvador. Queremos contemplar os artistas nordestinos para os papéis principais e espero que a gente consiga. Vamos audicionar também em São Paulo, mas a gente está priorizando e veio primeiro para o Nordeste, para Salvador, a fim de achar essas caras baianas do musical”, completou.

Daniela reforçou que ficou encantada com o pouco que pôde ver dos atores baianos, que representarão quase 100% do elenco, nestes primeiros testes. “Estamos vendo muita gente talentosa, perfis muito diferentes e dando oportunidade, como eu disse, saindo do eixo Rio-São Paulo, para poder contemplar artistas de outras capitais e outros estados. Como a gente está falando de uma artista nordestina, estamos aqui com altíssimas expectativas que estão sendo correspondidas”, finalizou.

Cotado para interpretar o papel de Caetano Veloso, o ator Mano Leone, de 24 anos, destacou a importância da valorização de artistas baianos em produções teatrais de grande alcance como esta. “Acho importante para eles [produtores] estarem vindo aqui. Acho que a Bahia é o lugar certo”, declarou.

Já a atriz Denise Fersan, de 30 anos, revelou que é gratificante ver a Bahia ser valorizada como potência nacional. Ela saiu da cidade de Feira de Santana para realizar o teste.

“É muito bom ver esse movimento dos musicais muito presentes aqui na Bahia. Para a gente que é do interior, vir para Salvador, fica mais próximo do que para São Paulo. Enfim, o musical de Gal é muito simbólico em todas as dimensões pela artista que ela é”, afirmou.

Mais de uma Gal

Engana-se quem pensa que Gal Costa será representada apenas por uma única atriz. De acordo com a própria direção do musical, outras três mulheres e um homem serão o íntimo da artista, representando diálogos em sua própria cabeça.

A atriz principal será a personificação da baiana como o público a conheceu, de forma exuberante e sensual. Já os outros terão a função de expor pensamentos, sonhos, desejos, conflitos e medos que se passam pela cabeça da artista, em um processo de psicologia junguiano.

Na disputa por uma das vagas das representações de Gal, a atriz Andreia Alves, de 40 anos, confessou que se dedicou ao extremo para entender a magnitude da obra da artista, a fim de transmitir exatamente o que ela representa no palco.

“Eu me dediquei muito, primeiro porque é uma responsabilidade grande assumir esse papel da Gal Costa. É um compromisso com a arte e com a música brasileira. Eu estudei muito e ainda tive surpresas no dia da audição. Eu 'tô' super feliz”, disse ela.

Aos 24 anos, a atriz Brenda Cruz guarda uma relação íntima e afetiva com a obra de Gal Costa. Ela lembra que, ainda criança, os pais a acostumaram a ouvir a voz da cantora em casa. Entre tantas canções, foi em “Força Estranha” que encontrou um espelho de sua própria vida. “Essa letra é muito forte e traduz coisas que eu mesma vivo”, contou.

Emocionada, Brenda afirmou que participar da audição já foi, por si só, uma conquista. “Só de ter feito essa audição, para mim foi super importante. Independente se eu passar ou não, já foi gratificante poder estar aqui".

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