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ÍCONE DA MÚSICA BRASILEIRA

Um grande abraço: Marcelo Falcão lança O Legado e acolhe nova geração

Com oito anos de carreira solo, cantor ex-O Rappa concedeu entrevista exclusiva ao Portal A TARDE

João Grassi

Por João Grassi

28/11/2025 - 13:16 h | Atualizada em 28/11/2025 - 13:42
Marcelo Falcão concedeu entrevista exclusiva ao Portal A TARDE
Marcelo Falcão concedeu entrevista exclusiva ao Portal A TARDE -

Ícone da música brasileira e com vasta experiência no meio, Marcelo Falcão segue se reinventando aos 51 anos de idade. Com oito anos de carreira solo após ser deixar a banda O Rappa, onde marcou época, o artista lançou, nesta quinta-feira, 27, seu segundo disco solo batizado como 'O Legado'.

Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, Falcão explicou que seu novo disco representa um "grande abraço". Ele reúne diversos artistas que representam a nova cena do rap nacional, como L7NNON, Cynthia Luz, Major RD e Orochi, além de nomes como Tales De Polli, do Maneva, e Toni Garrido.

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"Sempre fui abraçado na minha vida e sempre abracei. Dessa vez, foi uma coisa muito especial ter começado a trabalhar ali, pegar um violão, começar a trabalhar com o Dallass [produtor], o beat e violão. Todos os meninos da nova geração sabendo que eu estava ali brincando, começando uma história, todos dão um toque nele. Alguns me mandaram mensagem. E eu vendo essa história de a gente representar uma molecada que tem carinho, tem respeito pela gente. Então, assim, eu quis abraçar muitas pessoas que, na minha vida, foram importantíssimas, iniciou Marcelo Falcão.

"Por exemplo, o cara que mixou o Rappa Mundi, o Vitor Farias. Eu estava com saudade das mixes dele. O masterizador, o Ricardo Garcia também, trabalhou muito comigo na época do O Rappa. Eu queria resgatar essas pessoas e aí fui sendo resgatado por outras pessoas, a nova geração, de uma forma muito especial", completou o rapper.

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Falcão, inclusive, ressaltou a importância de acolher os artistas mais jovens. Ele enalteceu as parcerias e relembrou seu começo de trajetória na música, quando precisou “batalhar por espaço” por não ter sido “acolhido”.

"Algumas pessoas temem e pensam: 'a nova geração tá chegando, meu Deus'. Não, eu vejo de outra forma, como acolhimento. Na minha época do O Rappa não fomos acolhidos, a gente teve que ir pra campo, brigar, batalhar pelo nosso espaço, da nossa maneira. Eu tenho sido muito acolhido, assim, pra dar toque, pra finalizar música, pra fazer uma produção. Eu quis realmente trazer esse abraço pro coletivo e fazer com que esse legado que eu carrego já de anos, não só do O Rappa, agora com oito anos de carreira solo, pra lançar o segundo álbum", indicou.

Marcelo Falcão é um ícone da música brasileira
Marcelo Falcão é um ícone da música brasileira | Foto: Leo Gussi | Divulgação

Questionado sobre sua ligação com a Bahia, Falcão fez questão de enaltecer a identidade musical do estado e sua "ancestralidade". O artista vê com bons olhos a possibilidade de futuros projetos com músicos baianos e afirmou que Salvador é um dos destinos de sua próxima turnê.

"É especialíssima. A Bahia é um pedaço musical no país, mas por porcentagem não podemos dizer para não deixar outras regiões chateadas”, iniciou, aos risos.

O artista citou nomes da música baiana e revelou uma proximidade com o pagodeiro Igor Kannário. “Se a gente pode falar sobre musicalidade, sobre ancestralidade, sobre música, sobre referência, a Bahia tá nas cabeças. Eu tenho, não só com os antigos, Caetano, Gil, etc, um respeito e carinho. Um tempo atrás eu estava muito com o Kannário, segurando a bronca dele", brincou.

"A Bahia representa muita coisa, tem uma turnê programada para passar por Salvador sim", acrescentou Falcão.

"Espero que da mesma maneira que com o Kannário, com o Jau, o Saulo é um grande amigo, com outros caras que já na minha vida já passaram, sempre foram importantes assim pela energia, que possa fazer trabalhos futuramente. Acredito que música não tem esses paradigmas não, uma hora ali na frente se esbarra. Uma coisa que tem a ver com a outra se encaixa. Eu acho que música, é você respeitar o tempo dela, sabe?”, explicou.

Admiração pela Bahia, pelos músicos, pelos artistas da Bahia, é imensa hoje e sempre.
Marcelo Falcão - Cantor

Álbum mal lançado, mas já premiado

Falcão, inclusive, já havia vencido um prêmio com a música 'Vitória' na 4ª edição do Los Angeles International Music Video Festival (LAMV), em 2023, na categoria 'Melhor Voz'.

"São onze faixas, eu já tinha soltado Refletir e Vitória, essa segunda até venceu um prêmio em um festival de cinema que existe em Los Angeles, no qual eu competi com 40 vozes e fui vencedor. É um disco que já sai com um prêmio que nunca pleiteei na minha vida”, detalhou.

O artista afirmou que “feats ou parcerias” não estavam tão presentes em seus trabalhos porque ele se considera “um cara muito hiperativo" e produz diversos elementos diferentes em suas obras. Dessa vez, com O Legado, ele queria “ouvir as pessoas”.

"Eu gosto de inventar vozes, meus grandes fãs são jamaicanos, ingleses. Não só no parte do dub, do reggae, do rock, mas pessoas que com a voz conseguem parecer que tem dois caras cantando. Sempre fiz isso, tô cantando ali uma voz suave, melódica, daqui a pouco tô cantando um raga com a voz rasgada. Então, eu tenho essa facilidade. Dessa vez, eu queria ouvir as pessoas, por isso que eu falei dos abraços", detalhou.

Marcelo Falcão lançou seu segundo disco solo, 'O Legado'
Marcelo Falcão lançou seu segundo disco solo, 'O Legado' | Foto: Leo Gussi | Divulgação

Flamengo vs Palmeiras e a sátira de um sucesso

Torcedor ferrenho do Flamengo, Marcelo Falcão lançou um hit com torcedores de organizadas, uma paródia ao sucesso do O Rappa nos anos 90, ‘Minha Alma’. A letra contém críticas para a arbitragem brasileira e alfineta o Palmeiras, principal adversário do time carioca nos últimos anos, com quem novamente decidirá a Copa Libertadores neste sábado, 29, em Lima, no Peru, e briga pelo título do Campeonato Brasileiro.

“Tenho um carinho grande pelas torcidas organizadas aqui da minha cidade. A Jovem e a Raça. Todos os meus fãs e amigos estavam brincando sobre eu estar levando muito a sério esse campeonato com o Palmeiras”, iniciou, em tom de brincadeira.

Após publicar vídeo nas redes sociais cantando a paródia em uma gravação que ele avaliou como “crua”, já que não tinha nenhum tipo de edição, Falcão foi procurado por membros da Raça Rubro-Negra e deixou a brincadeira ainda mais trabalhada.

“O pessoal da Raça disse que se eu chamasse eles gravariam comigo. Eu tenho um estúdio aqui em casa, aí fizemos essa sátira brincando. Uma vez que você me entende como torcedor e rival, tem maneiras que você brinca, que você entra na mente do teu rival. Ele vai falar que não é, que ele tem a melhor, que ele vai fazer, que essa que eu fiz é fraca, mas a parada que eu queria era entrar na mente. E entrou na mente”, brincou o artista.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Raca Rubro-Negra (@rrn_oficial)

Homenagem para Chorão

A faixa número 7 que dá nome ao álbum, 'Legado', traz um sentimento de emoção. A música e o clipe representam uma homenagem para Chorão, ex-vocalista do Charlie Brown Jr. e que foi amigo pessoal de Marcelo Falcão. O artista acessou mais de 30 mil arquivos de pen drives cedidos por Xande, que é filho do cantor falecido em 2013.

"Chegou um momento que eu pensei: 'não fiz uma homenagem pra um cara que eu sinto muita falta, um amigo. Essa música aqui é uma homenagem que eu vou fazer pro Chorão'. O Xande, filho dele, é como se fosse um sobrinho pra mim. Eu não vou enterro em de ninguém, mas naquele dia eu me senti na obrigação de ir no enterro do Chorão. Tem o vazio daqueles amigos que fazem falta pra gente, até que seja pra brigar, pra discutir ou falar uma coisa que a gente não falaria, e aquele amigo vai falar", relembrou.

O rapper considerava essencial usar "coisas que foram a primeira canetada" de Chorão na sua homenagem.

"Pensei assim: 'No meu legado, eu sinto falta do Chorão, então eu vou fazer essa homenagem. Falei pro filho dele: 'cara, queria poder ter perto de mim umas coisas que foram a primeira canetada do Chorão. Só que não coisas que já estão no Charlie Brown, mas coisas que foram a primeira canetada dele".

O filho dele deixou muitos HDs aqui, 30 mil coisas do Chorão.
Marcelo Falcão - Cantor

“Eu fiquei aqui vários dias no estúdio procurando o que tinha a ver com a letra que eu escrevi. Aí achei e falei: 'eu sou um sortudo mesmo, porque eu consigo fazer essa homenagem e consigo ter ele vivinho comigo, vivendo esse momento especial'. Fiz um clipe que conta comigo, o Chorão, meu filho e o Xande", relembrou.

Marcelo Falcão, Tom e Xande
Marcelo Falcão, Tom e Xande | Foto: Leo Gussi | Divulgação

"A lágrima desce no canto de quem viu o clipe, porque é muito emocionante ter meu filho Tom, de seis anos, comigo. O Xande e o pai dele, o Chorão, comigo também", finalizou Falcão.

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entrevista Marcelo Falcão O Legado O Rappa

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