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MÚSICA

Vanessa da Mata critica mania de 'americanizar' músicas: "Sensibilizar"

Cantora se apresenta em Salvador neste domingo, 8, com novo álbum

Por Maria Raquel Brito*

07/06/2025 - 7:00 h
Artista lançou o álbum Todas Elas
Artista lançou o álbum Todas Elas -

Celebrando o lançamento do álbum Todas Elas, Vanessa da Mata desembarca em Salvador neste domingo, 8, para apresentar sua nova turnê aos soteropolitanos. O show acontece na Concha Acústica, às 19h, com abertura dos portões às 17h30.

Para Vanessa, cantar na Bahia é um abraço conhecido. Segundo ela, há uma grande influência do estado em sua vida. “Eu fui criada por uma avó baiana no Mato Grosso. Então, é uma sensação de voltar a encontrá-la, tem uma relação muito feliz emocionalmente para mim”, conta.

No repertório, estão faixas do novo projeto e clássicos que marcaram a carreira da artista, como Amado e Ainda bem. A direção artística ficou por conta de Jorge Farjalla, parceiro de longa data de Vanessa: foi Jorge quem dirigiu a turnê anterior, do álbum Vem Doce, e o musical Clara Nunes — A tal guerreira, idealizado e protagonizado por Vanessa.

De acordo com a artista, que completou 20 anos de carreira em 2024, sua intenção é continuar brincando com a ideia de interpretar nos palcos da turnê. Farjalla e Vanessa se encontram na sensibilidade que ela busca trazer para as suas performances, e em Todas Elas não é diferente. “Eu acho que intérpretes são cada vez mais raros no Brasil. São muitas vezes cantoras que têm vozes lindas ou com muita potência, mas que a música fica meio de lado. Eu gosto muito da maneira como Bethânia interpreta as canções e como ela está, ela mesma diz, ‘a serviço das canções’”, diz.

A artista diz perceber que as letras das músicas vêm ficando para trás, em detrimento de uma tendência “mais americana” de priorizar o canto e seus malabarismos. Segundo ela, Todas Elas surge como um protesto.

Esse, para mim, é um disco muito inspirado num protesto de letra mesmo, de falar das coisas. (...) Eu acho que a gente tem que calcar na situação das letras cada vez mais, porque é onde a gente mais se sensibiliza, se expressa, se mantém humano e se civiliza

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Um passeio com fé, política e poesia

No novo álbum, lançado em maio deste ano, Vanessa da Mata revela várias facetas. O projeto, descrito por ela como uma espécie de “boneca russa” que revela mais e mais camadas, passeia entre ritmos musicais e assuntos. Com sua voz marcante e sua postura sempre engajada politicamente, a artista relembra a própria infância e fala de temas como amor próprio, liberdade feminina e intolerâncias. Autoral e íntimo, o disco foi composto e produzido por ela.

“Quando eu comecei a fazer o disco ele me trouxe uma energia gigante de novo. Eu não consegui parar mesmo. Do mesmo tanto que estava a exaustão, veio a força do disco. Foi quase um elixir, assim, um remédio contra o veneno”, conta.

Todas Elas praticamente pediu para ser lançado. O álbum surgiu pouco tempo depois da saída de Vanessa do musical de Clara Nunes, num momento em que ela estava estressada e só queria descansar.

Mas ela logo viu que a realidade seria bem outra: “Quando eu comecei a querer descansar, as músicas começaram a vir na minha cabeça. Foi impressionante, porque as músicas não paravam de nascer e a minha vontade foi de ir imediatamente para o estúdio gravar. Chamei todos os meninos que estão comigo o tempo todo, que eu confio, e a gente já começou a fazer o disco”, relembra. O processo foi tão natural que o tempo no estúdio foi de apenas quatro dias. Depois disso, foi só fazer os últimos ajustes.

Mesmo com algumas características próprias de seu trabalho, Vanessa descreve o álbum como muito diferente dos outros, com nuances e histórias de um Brasil profundo. Um grande exemplo é Eu te apoio em sua fé, em que relata um caso de intolerância religiosa contra um babalorixá.

Esse disco tem um apelo político muito forte. Ele fala de uma segregação social mesmo. Eu assisti uma vez a um senhor cujo terreiro foi invadido por uma facção do Rio de Janeiro, pedindo para que ele quebrasse tudo, todos os seus santos e suas imagens, e esses caras estavam armados e não perceberam que esse pai de santo, esse baba, estava com uma camiseta de Jesus Cristo

“Aquilo me impressionou muito, eu fiquei muito triste, mas com a situação tão clara na minha cabeça. E por aí nasceu Eu te apoio em sua fé. Para mim é muito forte e eu preciso muito falar dessa música porque é um momento crucial da gente sobre intolerância e racismo religioso. É muito mais que intolerância, é um racismo religioso. É uma religião de pretos e onde o racismo impera muito”, afirma.

Parcerias de Vanessa da Mata em todas elas

Entre as 11 faixas, estão presentes também parcerias especiais. Na balada Troco Tudo, sua voz se junta ao timbre marcante de Jota.pê, união que resultou na música que é, segundo Vanessa, “uma das mais lindas do disco”. Em Um Passeio Com Robert Glasper pelo Brasil, compartilha a composição com o renomado músico norte-americano, vencedor de três Grammys. E o álbum também tem o reencontro entre a cantora e João Gomes, que já colaboraram mais de uma vez. Desta vez, a dupla se uniu no reggae Demorou.

“Eu já tinha Demorou em mente, já estava feita. Liguei para o Joãozinho e falei que queria a voz dele comigo, que eu acho que ia dar um grau muito bom, porque a minha voz é aguda e a dele, super grave, de barítono. Foi muito bom de fazer”, conta.

Vanessa da Mata: 'Todas Elas' / Amanhã, 18h / Concha Acústica do TCA / Ingressos entre R$ 100 e R$ 200 / Vendas: Sympla e bilheteria TCA

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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