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Editorial - Os cuidados com as águas

Somente entre o primeiro dia do ano e o sábado passado, registraram-se 565 casos de afogamento

Publicado quinta-feira, 18 de agosto de 2022 às 05:00 h | Autor: Da Redação
O MP ajuizou ação civil pública  apontando insuficiência de estrutura para o salvamento aquático em Salvador
O MP ajuizou ação civil pública apontando insuficiência de estrutura para o salvamento aquático em Salvador -

De nada vale um prazer provisório se o efeito é o sofrimento maior, como se verificam nos afogamentos, agravando-se o problema quando se tem um extenso litoral impossível de ser vigiado por guarda-vidas em mais de mil quilômetros.

Os cuidados de si incluem o controle da ingestão de bebida alcóolica e psicoativos, em razão da necessidade de preservar o estado de consciência sóbrio a fim de evitar o balanço de ondas fortes ou rios de súbitas correntezas.

Há também o aspecto decisivo da falta de habilidade da nadadora ou nadador, empolgado com a delícia de deixar-se tocar pelas águas doces ou salgadas, em inebriante escolha de diversão e entretenimento.

Mesmo no raso, é preciso manter a vigilância, em razão da possibilidade de surpresas, como ocorre com portadores de epilepsia e outras doenças crônicas impossíveis de um maior controle.

Somente entre o primeiro dia do ano e o sábado passado, registraram-se 565 casos, dos quais sete terminaram em óbito, de acordo com a Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar).

Como ainda estamos no oitavo mês de 2022, a tendência é de estatística com maiores números, pois ano passado foram 739 ocorrências, com oito mortes.

Neste período, o oceano agitado devido aos fortes ventos, entre outros fatores, sugere uma maior preocupação, mas sem o cidadão conscientizar-se fica muito difícil o êxito do serviço de emergência, quando se verifica o perigo.

Como agravante, o Ministério Público ajuizou ação civil pública na 6ª Vara do Trabalho, apontando aspectos reveladores de insuficiência de estrutura para o salvamento aquático em Salvador.

Para ampliar o cenário de risco, o tipo de solo mais arenoso da praia, no litoral baiano, incide em modificações constantes do piso, com o surgimento inesperado de buracos e valas, produzindo maior risco.

O fenômeno conhecido por “correnteza de retorno” corresponde a 8 entre 10 episódios, embora a solidariedade seja a principal causa das ocorrências: uma média de duas pessoas se afogam na tentativa de ajudar outras três.

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