ELEIÇÕES 2024
Bruno prefere Geraldo, enquanto PT quer Robinson e recall de Jerônimo
Disputa pela prefeitura de Salvador passa também por preferências e teste de popularidade
Por Eduardo Dias e Lula Bonfim
A eleição de 2024 em Salvador tem tudo para ser uma das mais disputadas dos últimos tempos. O prefeito Bruno Reis (União Brasil), que praticamente antecipou ao A TARDE Cast da última segunda-feira, 6, que disputará a reeleição, quer a manutenção do cargo. Por fora, pelos lados da oposição, a briga é saber quem vai representar o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) no enfrentamento.
Largando como favorito, Bruno Reis carrega consigo o lastro de uma gestão bem avaliada, regada a obras e feitos nas áreas de educação, social e cultura da cidade. Por outro lado, conta também com os percalços de um problema crônico herdado da gestão passada: o transporte público.
Fontes ligadas ao Palácio Thomé de Souza afirmaram ao Portal A TARDE que o prefeito já declarou contra quem prefere disputar as próximas eleições. Segundo informações obtidas pela reportagem, o chefe do Executivo disse a interlocutores em uma de suas últimas reuniões para tratar do pleito eleitoral que tem preferência por encarar o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), ex-aliado e que muito dificilmente terá sucesso nas urnas contra ele, caso dispute pelo atual partido.
As mesmas fontes dão conta de que Bruno teria um certo receio quanto a uma candidatura petista contra ele, levando em conta uma dificuldade maior de enfrentamento, devido à força do partido de esquerda e de seu número de urna, popularmente atrelado a grandes figuras da política da Bahia e do Brasil, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ideia é de que, caso seja o deputado estadual Robinson Almeida (PT) o escolhido, como tem sido ventilado, o parlamentar estreante na disputa pelo Executivo já largaria com pelo menos 30% de intenção de votos, o que prejudicaria os planos de Bruno ter uma vitória “mais fácil”.
Os tais 30% são vistos como um “recall” do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que conquistou 35,49% da preferência do eleitorado soteropolitano na última eleição estadual na capital baiana, totalizando 557.418 votos.
Por outro lado, do lado petista da política baiana, a ideia é semelhante a do prefeito. Fontes ligadas ao Palácio de Ondina garantiram ao Portal A TARDE que a alta cúpula do partido trabalha na mesma linha: “de colocar o bloco na rua” e já sair com no mínimo 30% dos votos em Salvador.
Também conforme a fonte, o senador Jaques Wagner (PT), antes entusiasta da candidatura do vice-governador, já teria se convencido de que a melhor ideia seria colocar para jogo alguém do próprio partido, mesmo que o resultado seja uma provável derrota.
Esse possível revés, no entanto, é visto também como um “futuro promissor” visando as eleições de 2028, quando o prefeito Bruno Reis não mais poderá se candidatar e terá de trabalhar um novo nome como sucessor. A avaliação dos petistas é que, mesmo que a candidatura própria saia derrotada diante do atual prefeito, uma votação acima dos 30% esperados pode colocar Robinson Almeida como candidato natural no próximo pleito municipal.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes