COMANDO DA CULTURA
“Cultura está acima de composições político-partidárias”, diz APC
APC/BA enviou lista tríplice a Jerônimo com sugestões de secretários para a Secretaria da Cultura
Por João Guerra
Ainda sem a indicação de quem deverá estar à frente da Secretaria de Cultura no governo Jerônimo Rodrigues e com a especulação em torno de nomes como a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), do ex-reitor da Universidade Federal do Recôncavo Bahiano (UFRB) Paulo Gabriel Nacif e do jornalista Bruno Monteiro, a Associação de Produtores e Cineastas da Bahia (APC/BA) enviou ao governador eleito uma lista tríplice com nomes sugeridos para assumir a pasta.
Estão na lista Maria Marighella (PT), vereadora por Salvador e gestora cultural, Orlando Senna, gestor cultural e ex-diretor geral da TV Brasil/EBC, e Pola Ribeiro, gestor cultural, ex-diretor Geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) e ex-Secretário Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura.
O PORTAL A TARDE conversou com Sol Moraes, diretora da APC/BA para saber a respeito de como a associação chegou a essa lista tríplice e o que o setor espera da gestão da Cultura nos próximos quatro anos na Bahia com a gestão de Jerônimo.
“Havia uma unanimidade e expectativa em torno do nome da deputada Olivia Santana, que veio organicamente, mas ela mesma deu uma entrevista anunciando que não aceitaria o cargo. Então, partimos para o levantamento de outros nomes, os quais colocamos para a votação. Os três mais votados compuseram uma lista, que enviamos para a apreciação do governador eleito. Importante colocar que as três pessoas indicadas pela maioria são artistas e ex-gestores da área cultural”, destacou Sol Moraes apontando que os três nomes surgiram de uma consulta aberta e participativa entre os membros da ACP/BA.
O nome de Marighella tem ganhado força nos últimos dias entre as especulações para ser a secretária de Cultura. Ela, que além de vereadora, tem experiência atuando na Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), na própria Secult e na Fundação Nacional de Artes (Funarte). Já o cineasta Pola Ribeiro, esteve à frente do IRDEB, da Secretaria do Audiovisual/MinC e agora está na direção do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). O também cineasta Orlando Senna, que além de ter dirigido a Secretaria do Audiovisual/MinC na gestão Gilberto Gil/Juca Ferreira, foi gestor e criador da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e foi um dos fundadores da EICTV, a Escola de Cinema de Cuba, e do Centro Cultural Dragão do Mar, no Ceará.
Sol diz ainda que a associação entende que um nome vindo do audiovisual não atende exclusivamente o setor, mas contempla toda a rede cultural. Ademais, aponta ela, os três indicados finais da lista já tiveram experiência à frente da gestão pública.
“A importância desses nomes para o audiovisual é grande, mas para nós da APC é muito importante que a cultura seja o carro chefe deste governo, como está posto pelo Presidente Lula para o Brasil. Temos a clareza da importância do audiovisual para todos os segmentos da Cultura pois, quando pensamos em audiovisual, pensamos na cultura como um todo, seja nas diversas linguagens artísticas, como Música, Dança, Teatro, Literatura, Circo, seja nas demais expressões culturais, como Moda, Gastronomia, Design, entre outras que movimentam a economia criativa, pois o audiovisual congrega várias artes”, argumenta.
Na escolha de uma secretária ou secretário, no entanto, além da capacidade técnica do gestor, o governador precisa levar em consideração a composição política com os aliados. Segundo a diretora da APC esses três nomes atendem esses requisitos, pois dois deles são filiados ao PT, e os três nomes já são nomes em gestões culturais. “Contudo, para nós a cultura tem que estar acima de composições político-partidárias, pois a cultura fala da identidade de uma nação, a cultura tem como papel fundamental cuidar da formação, da construção e da preservação do imaginário de um povo. Sendo assim, esperamos que a pasta da Cultura seja tratada a partir dessa perspectiva”.
Sobre o que a associação aguarda da atuação do governador que assumirá em janeiro na área cultural e o espaço de diálogo que espera ter com o próximo governador, Sol Moraes destacou que durante a campanha Jerônimo esteve aberto ao diálogo e “foi muito sincero com a classe do audiovisual”.
“Quando cobramos a implantação do projeto Bahia Filmes, ele respondeu, através de assessores, que iria apoiar a criação dela, mas que teria que estudar melhor a proposta, pois no orçamento da PLOA/2023 não havia recursos alocados para essa finalidade. Embora não tenhamos nos encontrado com o governador eleito pessoalmente, esse aceno para a Bahia Filmes, através de um vídeo durante a campanha, soou para nós como sinal de que estamos caminhando para um diálogo. O próximo passo será uma audiência com o governador, quando empossado”, explica a diretora da APC/BA.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes