TERRA INDÍGENA CARAMURU-CATARINA PARAGUASSU
Jerônimo rechaça "milícia" e cobra regulamentação em terras indígenas
Governador falou sobre caso de morte de líder Pataxó na Bahia
Por Flávia Requião e Eduardo Dias
O governador Jerônimo Rodrigues preferiu não classificar, ainda, como uma espécie de “milícia do campo” o grupo que atacou e matou uma mulher indígena Pataxó na na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia. Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, foi morta a tiros por um grupo de fazendeiros que tentavam recuperar terras ocupadas pelos indígenas.
Segundo o governador, o Estado tem atuado com o papel de polícia na busca e identificação dos culpados pelo crime e, consequentemente, entregá-los à Justiça para julgamento.
Jerônimo rechaçou ainda que seja denominado como milícia atuação dos fazendeiros e que os indígenas façam justiça com as próprias mãos.
“O papel da inteligência temos que fazer, acompanhar qualquer movimento estranho. Temos que buscar as pessoas que estão na desordem da constituição e entregar à justiça, que julga. O nosso papel enquanto executivo é o papel de política, de investigação, buscar os culpados, ouví-los e entregar à justiça. Espero que o governo federal, o INCRA, a FUNAI, órgãos responsáveis pelas terras indígenas possam achar um meio tempo, uma saída, para que seja feita a regulamentação, seja para que lado for. Quando regulariza as terras, evita conflitos. Enquanto não se regulariza, vemos atitudes como essas”, afirmou.
Jerônimo também pontuou que respeita as recentes declarações do Movimento Sem Terra, mas que pretende atuar na conciliação entre os grupos.
“Eu respeito a posição de qualquer movimento, seja de fazendeiros, de movimento sem-terra, de indígenas. Eu respeito, é a fala de uma entidade. Na condição de governador, eu tenho que respeitar. O que eu não posso é administrar qualquer tipo de desbalanceamento com relação às atitudes”, disse..
“Não vamos permitir aqui na Bahia, eu não vou permitir….Ontem eu me reuni com as forças da justiça, com o MP, TJ, Defensoria Pública, PF para que a gente possa fazer um ‘colchão’ e proteger a paz e, naturalmente, garantir a vida das pessoas. Nem um lado e nem outro. Eu não vou permitir. O meu comportamento será o de garantir a tranquilidade, o equilíbrio entre as forças. Não dá pra a gente ficar aguardando para que movimentos ou pessoas façam justiça com as próprias mãos, pois dá nisso no que deu”, completou o governador.
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