GESTÃO AMBIENTAL
Marcos Mendes critica nomeação de Márcia Telles para o Inema
Ex-vereador e ambientalista diz que escolha de Jerônimo foi surpresa no PSOL
Por Lucas Franco
Primeiro quadro da esquerda baiana a afirmar publicamente que não cogita apoio a Geraldo Júnior (MDB) em uma eventual candidatura do vice-governador para a Prefeitura de Salvador, o ex-vereador da capital baiana e ambientalista Marcos Mendes (PSOL) disse ao Portal A TARDE, na noite desta segunda-feira, 20, que espera uma mudança de rota de Jerônimo Rodrigues (PT) em algumas áreas do seu governo, inclusive a ambiental.
“É um governo de ascendência indígena. Existia esperança por sensibilidade”, afirmou o ambientalista.
Com a candidatura própria de Kleber Rosa no primeiro turno e com apoio crítico a Jerônimo no segundo turno, quando o petista enfrentou ACM Neto (União Brasil), o PSOL foi pego de surpresa com a nomeação de Márcia Telles para o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), segundo Mendes.
“A gente começou a tentar que houvesse um tipo de perfil para o Inema. O que foi que aconteceu? O secretário [Eduardo Sodré Martins], depois que assumiu o Meio Ambiente, não indicou alguém de imediato para o Inema. Aí, ele chamou os grupos ambientalistas para conversar. A gente colocou uma certa esperança no diálogo com o secretário de Meio Ambiente. Chegando lá, ele automaticamente foi generalista e não se comprometeu com nada. Logo depois, um ou dois dias, ele teve uma reunião com o agronegócio”, relembrou o psolista, que junto a seus correligionários, chegaram a fazer parte do governo de transição de Jerônimo Rodrigues.
Marcos Mendes defende que a gestão de Márcia Telles é voltada ao agronegócio e ignora a disputa por terras no estado da Bahia.
“O que eu imagino é que a reunião [com grupos ambientalistas] foi mais uma articulação para justificar a reunião que ele ia ter com o agronegócio. Então, ele foi muito generalista com o movimento e depois da reunião veio a indicação do Inema”, relembrou. O psolista disse ainda que a indicação de Telles vai na contramão do que tem acontecido no governo Lula.
“Eu acho que o tempo em que ele [Lula] ficou na cadeia o fez raciocinar melhor. Passou a entender que os verdadeiros parceiros dele são os movimentos socioambientais, principalmente no Nordeste, que deu uma vitória acachapante [na eleição à Presidência da República]”, opina Mendes.
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