BAHIA
“Recuperamos a dignidade da Fundação Palmares”, diz João Jorge
Baiano, advogado que comanda instituição listou as mudanças realizadas em sua gestão
O presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, declarou nesta quarta-feira (6) que sua gestão tem recuperado a dignidade da instituição após os quatro anos de gestão de Sérgio Camargo. Segundo ele, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o órgão criado para atender à população afro-brasileira foi desmontado.
Para recuperar a Fundação Palmares, o advogado baiano fez mudanças administrativas, mas também acionou a Justiça, visando responsabilizar a gestão anterior pela destruição do órgão.
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“Já fizemos todas as ações judiciais e administrativas. Mudamos a casa da Palmares, que era na Asa Norte, Setor de Oficinas, e está agora no Setor de Autarquias Sul, com dois andares e com a biblioteca toda instalada. No prédio anterior, os banheiros estavam deteriorados. Nós que botamos ar condicionado e os funcionários iam dia sim, dia não. Agora, todos os funcionários estão no prédio novo”, enumerou João Jorge, em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE.
Ex-presidente do Olodum, João Jorge também fez questão de instalar no novo prédio um espaço cultural, nomeado Mário Gusmão, voltado não apenas para os servidores, mas para todo e qualquer cidadão que queira ter acesso ao acervo, com filmes, música e literatura.
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“Ou seja: recuperamos a dignidade da Fundação Palmares, que é o primeiro órgão criado na República para tratar dos afro-brasileiros. Quem são esses afro-brasileiros? São 102 milhões de pessoas”, afirmou o baiano.
Outro passo dado foi a reaproximação de locais históricos da luta afro-brasileira, como a antiga localização do Quilombo dos Palmares, no interior de Alagoas, e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro. Agora, a instituição busca criar laços com comunidades africanas e afro-diaspóricas fora do Brasil, cumprindo um propósito que João Jorge reconhece ser panafricanista.
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“A Palmares voltou aos seus três principais territórios: Palmares, na Serra da Barriga; o Cais do Valongo, no prédio das docas; e, dentro de Brasília, com uma Casa da Cultura Afro, que não tinha. Fizemos uma viagem a Gana, uma viagem à Colômbia e estamos tratando com as embaixadas europeias e africanas”, contou.
“A Palmares tem um histórico panafricanista. Era assim e voltou a ser assim. Por isso, eu fui à Colômbia, que é um país afro-latino-americano, e de Gana, que é o berço desse panafricanismo. Temos boa relação com Angola, com a embaixada do Quênia, mas também com Canadá, França e a comunidade europeia como um todo. Vamos inclusive aos Estados Unidos em dezembro para uma operação de juntar os museus afrodiaspóricos, inclusive os dois que temos aqui na Bahia [Mafro e Muncab], para uma preservação da memória, mas transcontinental”, concluiu João Jorge.
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