BASTIDOR
União Brasil e PDT travam disputa por alocação de vereadores
Partidos tentam contemplar possíveis candidatos, mas sem mexer em espaços de vereadores de mandatos
Por Eduardo Dias e Flávia Requião
Com seis vereadores de mandato ativo na Câmara Municipal de Salvador (CMS), o União Brasil, sob a nova gestão de Luciano Simões, já definiu que não receberá nenhum vereador de mandato na arrumação do partido para as eleições municipais de 2024.
Enquanto isso, o prefeito Bruno Reis “quebra a cabeça” para definir a arrumação partidária de sua bancada de vereadores, podendo realocá-los em outros partidos da base. Por outro lado, o PDT, legenda da vice-prefeita Ana Paula Matos, que possui apenas dois vereadores na Casa, garante que não “tolerará interferência externa”.
Com a disputa aberta para saber em qual sigla cada vereador vai disputar, nos bastidores já surgem os primeiros movimentos. Um deles foi notado durante a reunião da bancada municipal do União Brasil, na quinta-feira, 23, quando o líder do governo na CMS, Kiki Bispo, não esteve presente no encontro.
Kiki é visto nos corredores da Câmara como um dos prováveis nomes realocados por Bruno para outra sigla. E essa sigla pode ser o PDT. O vereador Cláudio Tinoco, que é líder da sigla na CMS, disse ao Portal A TARDE na quinta que a ausência de Kiki se deu por motivos pessoais, pois o vereador precisou fazer uma viagem e não pode comparecer ao encontro. Ele defendeu a ideia de que Kiki irá permanecer no União.
Apesar disso, o próprio Tinoco é o outro nome da sigla cotado para compor outro partido nas eleições de 2024, tanto pela arrumação partidária do diretório, quanto pela vontade de outra legenda em tê-lo em seus quadros. O PDT é o caminho mais provável tanto para ele quanto para Kiki.
O motivo é a proximidade dos dois vereadores com o presidente do partido em Salvador, o deputado federal Leo Prates.
Bastidor
O Portal A TARDE conversou com fontes próximas aos diretórios dos dois partidos para conferir as informações que rolam nos bastidores da Câmara. De acordo com um membro pedetista, o PDT assiste ao movimento que vem sendo feito pelo União Brasil desde o início das conversas sobre a arrumação partidária para as eleições e já determinou internamente que “não aceitará interferência externa”.
O partido entende que não deve servir como “barriga de aluguel” para o União ou qualquer outra legenda, e que deve lançar seus próprios nomes no pleito do ano que vem com chances de aumentar a bancada na Câmara.
Atualmente, o PDT conta com os vereadores Randerson Leal e Anderson Ninho. Randerson deve seguir os rumos do pai, o deputado Roberto Carlos, e migrar para o PV, consumando ainda mais seu apoio ao Governo do Estado. Ninho ainda tem futuro indefinido e aguarda a decisão final da sigla se contará com ele ou não nas eleições.
Tal decisão só deve acontecer mesmo em uma reunião entre as principais lideranças do PDT: Leo Prates, Ana Paula e o presidente nacional, Carlos Lupi, que deve ocorrer até o final deste ano. Qualquer adesão ao partido precisará passar por esse encontro, após um consenso dos três. A estimativa do partido é eleger três ou quatro vereadores e um dos fortes nomes da sigla para o pleito é o do presidente da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Omar Gordilho.
Interlocutores do PDT admitem que o partido trabalha com uma única ideia em Salvador: lançar apenas nomes que apoiaram deputados do partido na última eleição, em 2022. É o caso de Kiki e Tinoco.
Apesar disso, a sigla deve receber outros nomes da Câmara, como a vereadora do Avante, Débora Santana, filha do ex-deputado estadual Carlos Ubaldino.
Em relação ao União Brasil, a sigla sob nova direção faz a arrumação com mais cautela. Com bancada de seis e a possível saída de dois vereadores, o partido trabalha com novas filiações até março ou abril do ano que vem.
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