União Brasil e PDT travam disputa por alocação de vereadores
Partidos tentam contemplar possíveis candidatos, mas sem mexer em espaços de vereadores de mandatos
Com seis vereadores de mandato ativo na Câmara Municipal de Salvador (CMS), o União Brasil, sob a nova gestão de Luciano Simões, já definiu que não receberá nenhum vereador de mandato na arrumação do partido para as eleições municipais de 2024.
Enquanto isso, o prefeito Bruno Reis “quebra a cabeça” para definir a arrumação partidária de sua bancada de vereadores, podendo realocá-los em outros partidos da base. Por outro lado, o PDT, legenda da vice-prefeita Ana Paula Matos, que possui apenas dois vereadores na Casa, garante que não “tolerará interferência externa”.
Com a disputa aberta para saber em qual sigla cada vereador vai disputar, nos bastidores já surgem os primeiros movimentos. Um deles foi notado durante a reunião da bancada municipal do União Brasil, na quinta-feira, 23, quando o líder do governo na CMS, Kiki Bispo, não esteve presente no encontro.
Kiki é visto nos corredores da Câmara como um dos prováveis nomes realocados por Bruno para outra sigla. E essa sigla pode ser o PDT. O vereador Cláudio Tinoco, que é líder da sigla na CMS, disse ao Portal A TARDE na quinta que a ausência de Kiki se deu por motivos pessoais, pois o vereador precisou fazer uma viagem e não pode comparecer ao encontro. Ele defendeu a ideia de que Kiki irá permanecer no União.
Apesar disso, o próprio Tinoco é o outro nome da sigla cotado para compor outro partido nas eleições de 2024, tanto pela arrumação partidária do diretório, quanto pela vontade de outra legenda em tê-lo em seus quadros. O PDT é o caminho mais provável tanto para ele quanto para Kiki.
O motivo é a proximidade dos dois vereadores com o presidente do partido em Salvador, o deputado federal Leo Prates.
Bastidor
O Portal A TARDE conversou com fontes próximas aos diretórios dos dois partidos para conferir as informações que rolam nos bastidores da Câmara. De acordo com um membro pedetista, o PDT assiste ao movimento que vem sendo feito pelo União Brasil desde o início das conversas sobre a arrumação partidária para as eleições e já determinou internamente que “não aceitará interferência externa”.
O partido entende que não deve servir como “barriga de aluguel” para o União ou qualquer outra legenda, e que deve lançar seus próprios nomes no pleito do ano que vem com chances de aumentar a bancada na Câmara.
Atualmente, o PDT conta com os vereadores Randerson Leal e Anderson Ninho. Randerson deve seguir os rumos do pai, o deputado Roberto Carlos, e migrar para o PV, consumando ainda mais seu apoio ao Governo do Estado. Ninho ainda tem futuro indefinido e aguarda a decisão final da sigla se contará com ele ou não nas eleições.
Tal decisão só deve acontecer mesmo em uma reunião entre as principais lideranças do PDT: Leo Prates, Ana Paula e o presidente nacional, Carlos Lupi, que deve ocorrer até o final deste ano. Qualquer adesão ao partido precisará passar por esse encontro, após um consenso dos três. A estimativa do partido é eleger três ou quatro vereadores e um dos fortes nomes da sigla para o pleito é o do presidente da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Omar Gordilho.
Interlocutores do PDT admitem que o partido trabalha com uma única ideia em Salvador: lançar apenas nomes que apoiaram deputados do partido na última eleição, em 2022. É o caso de Kiki e Tinoco.
Apesar disso, a sigla deve receber outros nomes da Câmara, como a vereadora do Avante, Débora Santana, filha do ex-deputado estadual Carlos Ubaldino.
Em relação ao União Brasil, a sigla sob nova direção faz a arrumação com mais cautela. Com bancada de seis e a possível saída de dois vereadores, o partido trabalha com novas filiações até março ou abril do ano que vem.