SALVADOR
Vereador quer mudar nome do bairro Beiru/Tancredo Neves; entenda
Segundo Tiago Ferreira (PT), mudança atende a um pedido antigo dos moradores
Por Gabriela Araújo
Dividido entre um nome ancestral e o nome do presidente da República, que morreu em 1985, o bairro Beiru/Tancredo Neves pode estar prestes a ganhar uma nova nomenclatura.
A mudança, considerada uma reparação histórica aos povos ancestrais, deve-se a um projeto de lei que está tramitando na Câmara Municipal de Salvador (CMS), de autoria do vereador Tiago Ferreira (PT), que pede que o local seja apenas Beiru.
O documento, que está sob análise da comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, traz a originalidade do nome do bairro fundado em 1983, que homenageia o escravo africano Gbeiru.
“Ao resgatar o nome Beiru, honramos a memória de Gbeiru, símbolo da resistência e da luta dos afrodescendentes por sua liberdade e reconhecimento. Sua história se entrelaça com a própria história do bairro, evidenciando a importância da cultura afro-brasileira na formação da comunidade e da cidade”, diz um trecho do projeto.
Segundo o parlamentar, a alteração também atende a um pedido antigo dos moradores e do movimento negro para apresentar a proposição.
“Há um clamor de parte dessa população para mudança do nome. Inclusive, se a gente quer combater o racismo, porque tem que ter o nome de um ex-escravo e um ex-presidente para poder dar equilíbrio ao bairro? Sendo que a gente poderia fazer referência aquele que, de fato, tem história ali na região”, disse o petista.
O documento ainda afirma que a nova nomenclatura reconhece a história afro-brasileira e a luta contra o racismo.
“A mudança do nome também abre espaço para o diálogo entre diferentes grupos da comunidade, promovendo a união e a consolidação da identidade local. Essa iniciativa pode contribuir para o combate à intolerância e à discriminação racial, incentivando o respeito à diversidade cultural”, acrescenta o texto.
Após a análise dos membros da CCJ e o parecer do relator, o projeto pode ser disponibilizado ao plenário da CMS, para análise dos demais vereadores.
A CCJ, por sua vez, aparenta ser um dos ‘calos’ do parlamentar que denunciou, durante sessão ordinária da última terça-feira, 14, a falta de avaliação dos projetos no colegiado.
“A gente está vendo aqui diversos projetos de indicação de vereadores e os meus não tem nenhum aqui, inclusive, não estão sendo apreciados na comissão. [...] Então é bom dar uma equilibrada nisso”, relatou o parlamentar.
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