BAHIA
Visto como governista, deputado pode ser expulso do União Brasil
Filiado do União Brasil pediu a expulsão de Marcinho Oliveira por suposta infidelidade partidária
Por Lula Bonfim

O deputado estadual Marcinho Oliveira (União Brasil) pode ser colocado para fora do seu partido. Na última segunda-feira, 14, um filiado deu entrada em um processo interno na legenda pedindo a expulsão do parlamentar por uma suposta “infidelidade partidária”.
Segundo Leonardo Barreto de Pinho, ligado ao diretório municipal da sigla em Araci, Marcinho Oliveira tem atuado de forma a demonstrar sua “preferência política pelo governador Jerônimo Rodrigues, do PT, adversário ferrenho do União Brasil”.
A argumentação é vista como uma tentativa de retirar Marcinho do União Brasil sem que o partido perca sua cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), pois, caso fique comprovada judicialmente a infidelidade partidária, o parlamentar deverá perder seu mandato.
Entenda
Apesar de, oficialmente, integrar a bancada de oposição na Alba, Marcinho Oliveira é visto como governista por todos os seus pares do legislativo. Essa movimentação do parlamentar ocorre desde o primeiro ano de seu mandato, quando ele foi visto nos primeiros eventos ao lado do governador Jerônimo Rodrigues.
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Na época, Marcinho era líder do União Brasil e um dos vice-líderes da oposição na Alba. Após bate-boca em uma reunião com as presenças de Bruno Reis (União Brasil) e ACM Neto (União Brasil), o parlamentar foi retirado desses postos e passou a se colocar mais claramente como governista.
Em 2024, um fato curioso chamou a atenção no parlamento baiano. Mesmo integrando oficialmente a bancada da oposição, Marcinho foi indicado para comissões pelo líder do governo, Rosemberg Pinto (PT). O fato causou estranhamento na Alba e mais um mal estar entre os oposicionistas.
No início de fevereiro, quando Jerônimo foi à Assembleia para ler sua mensagem de 2025, o Portal A TARDE flagrou outra situação curiosa. Em conversa na sala conhecida como “cafezinho da Alba”, Rosemberg brincou com o governador acerca da proximidade de Marcinho. “Ele foi mais abraçado pelo senhor que o líder da bancada”, comentou, aos risos.
Mais recentemente, no último dia 10 de abril, Marcinho nomeou para o seu gabinete Euriciene Rocha Ramos Muniz, esposa do prefeito de Alcobaça, Zico de Baiato (PT). Esse último ato de aproximação com o petismo foi a gota d’água para que o União Brasil começasse a se articular visando a expulsão do deputado.
Alheio à insatisfação dos correligionários, Marcinho ainda apareceu ao lado do governador na última quinta-feira, 17, em Serrinha, durante a Missa do Lava Pés e a tradicional Procissão do Fogaréu.
Futuro conjunto
Mesmo que Marcinho não seja expulso no processo interno movido contra ele, a tendência é que o deputado deixe o União Brasil a partir de fevereiro de 2026, na próxima janela partidária. O destino dele, porém, é incerto. O PP, que aparecia como provável casa no futuro, tem uma federação encaminhada com a atual legenda, o que inviabilizaria a mudança.
Por outro lado, a certeza é que o futuro de Marcinho Oliveira passa pelo futuro do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil), liderança a quem o deputado estadual é vinculado. Os dois devem entrar no próximo período eleitoral representando a mesma sigla partidária.
Elmar também vive um momento de instabilidade no União Brasil, com desentendimentos com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Ele já declarou, por exemplo, que pretende apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, o que Neto rejeita.
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