Bolsonaro diz que não há corrupção em seus ministérios
Presidente não se manifestou sobre gravação do ministro da Educação que diz priorizar verbas para pastores
Em agenda no Ceará nesta quarta-feira, 23, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sem citar especificamente o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que tentam igualar o seu governo com as gestões que o antecederam. De acordo com Bolsonaro, o governo está, desde que chegou ao cargo, sem nenhuma denúncia de corrupção nos ministérios.
Na terça-feira, dia 22, o jornal “Folha de S. Paulo”, divulgou um áudio no qual o titular do Ministério da Educação diz priorizar a destinação de verbas da sua pasta para as necessidades de dois pastores: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ribeiro disse ainda que faz isso a pedido do próprio presidente.
No mesmo dia, o ministro divulgou nota negando favorecimento aos pastores e refutando a informação de que Bolsonaro tivesse feito algum pedido com essa finalidade. De acordo com ele através do comunicado, os recursos do ministério obedecem a lei orçamentária e critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). No áudio divulgado pela “Folha”, no entanto, ele diz: "A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar".
Nesta quarta-feira, 23, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu fiscalizar a estrutura do MEC responsável pela transferência de recursos a municípios. Além disso, o procurador-geral da República, AugustoAras, anunciou vai pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra um inquéritopara investigar as suspeitas de crimes envolvendo o ministro. Dentre as diligências previstas, Aras quer tomar o depoimento de prefeitos sobre suposto pedido de propina feito por um dos pastores, Arilton Moura, em troca de interceder na liberação de recursos pelo MEC. O procurador-geral também deve tentar obter cópia de gravações envolvendo o caso.