CRÍTICAS A LAVA JATO
“Curitiba tem o germe do fascismo”, diz Gilmar Mendes ao criticar Moro
Ministro do STF concedeu entrevista ao Roda Viva
Por Da Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez duras críticas a Operação Lava Jato e a falta de aplicação do Código Processual correto, no que culminou na prisão do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para Mendes, a operação foi essencial para a vitória de Bolsonaro (PL), na eleição presidencial de 2018.
“Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as praticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”, falou, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura.
O ministro ainda afirmou que as acusações contra Lula eram combinadas entre a acusação e o então juiz, agora senador, Sergio Moro (União). Gilmar Mendes disse considerar o processo da Lava Jato muito grave.
“Moro vaza a delação de Palocci entre o primeiro e o segundo turno de 2018. Participa, portanto, do processo. Assume posição a favor da extrema direita”, explica, lembrando que no início de 2019, o ex-juiz assumiu um ministério no governo Bolsonaro.
Gilmar Mendes ainda foi questionado sobre um possível arrependimento em não permitir a posse de Lula como ministro da Casa Civil no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. No entanto, ele negou, e pontuou que tinha convicção de que havia um desvio de finalidade na nomeação.
“Se o ex-presidente, agora presidente, estava nomeada para a Casa Civil, por que não se deu posse? Por que se escondeu? Se tivesse problema, ou viesse uma ordem de prisão, mostrasse que já estava nomeado ministro. Por que foi escondido? Tudo isso ficou numa névoa e confusão”, explica.
Na entrevista, Gilmar ainda analisou que existe tolerância excessiva de Lula com atos golpistas e que a retirada dos manifestantes das portas dos quartéis só ocorreu depois de ordem do STF, já após os ataques.
"O ministro da Defesa ponderou que os militares resolveriam isso e que havia muitos militares também ali alocados, familiares de militares e coisas do tipo. Acho que houve tolerância excessiva. E não faz sentido, não faz sentido, isso tem que ficar muito claro, fazer manifestações em frente a quartel", disse.
Além disso, ele criticou até mesmo os ministros Nunes Marques e André Mendonça, seus colegas no STF. Os dois foram indicados por Bolsonaro e tem divergido do restante da Corte em temas como os ataques golpistas.
"Espero que em um futuro que não seja tão remoto essas pessoas façam uma avaliação e uma eventual autocrítica. Porque aqui não estamos discutindo políticas públicas ou modelos, se sou a favor de privatização, [por exemplo]. Estamos discutindo processo civilizatório."
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