EVENTO EM SALVADOR
Estoque de remédio estava baixo, diz técnico de combate à malária
Cássio Peterka conversou com o Portal A TARDE durante Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Por Lucas Franco
Doença que atinge majoritariamente populações vulneráveis do Amazônia, a malária é uma grande preocupação para o Ministério da Saúde, segundo o técnico integrante da Coordenação de Eliminação de Malária do Departamento de Doenças Transmissíveis (DEDT) da Coordenação do Programa de Eliminação da Malária (Cema) da pasta, Cássio Peterka, que conversou nesta terça-feira, 12, com o Portal A TARDE.
Presente no Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop), que acontece no Centro de Convenções de Salvador desde o último domingo, 10, Cássio atua no combate à malária desde o início do governo Lula (PT) e aponta dificuldades no setor por conta do baixo estoque de medicamentos. "A gente tem trabalhado muito para conseguir retomar o que perdemos nos últimos anos, de diagnóstico e tratamento oportuno", afirmou Cássio.
Cássio atuou no combate à malária até 2018, ficou fora do setor durante os últimos anos e retornou este ano. "Na época da pandemia [de covid-19] nós tivemos vários problemas. Como era uma emergência, muitos problemas fizeram com que hoje a gente tenha que ter uma recuperação de toda uma cadeia de planejamento, de aquisições pelo Ministério da Saúde, para que seja possível recompor estoque e garantir novamente a distribuição dos medicamentos maláricos", alega Peterka.
Entre os medicamentos usadas para o tratamento da malária, está a cloroquina, que durante a pandemia foi sugerida pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), apesar da comprovação científica de sua ineficácia para o tratamento de covid-19. "A parceria no combate à malária com estados e municípios foi prejudicada e a gente precisa reconquistar tudo isso e treinar as pessoas. Precisamos reestruturar todo o planejamento para que a gente consiga ter a distribuição dos medicamentos para as pessoas que mais precisam", afirma Cássio.
Cerca de 99% dos episódios de malária ocorrem na região amazônica. Pessoas que vivem na floresta, populações ribeirinhas e indígenas, entre outras pessoas em vulnerabilidade social, estão entre as que mais sofrem com a doença, segundo Cássio.
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