POLÍTICA
Fux afirma que casos da Lava Jato tiveram 'anulação formal'
Presidente do STF, no entanto, disse que "ninguém pode esquecer" que corrupção existiu
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, comentou na última sexta-feira, 10, durante um evento em homenagem aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará, que as decisões judiciais responsáveis por anular processos da Operação Lava Jato foram tomadas por "questões formais", mas que "ninguém pode esquecer" que houve corrupção no Brasil.
O magistrado, embora não tenha citado nominalmente, falou do ex-ministro Geddel Vieira Lima, condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso do bunker com R$ 51 milhões encontrado em um apartamento no bairro de Graça, em Salvador. Outro caso citado foi o do dinheiro desviado pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco.
"Ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no mensalão, na Lava Jato. Muito embora tenha havido uma anulação formal, mas aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu 98 milhões de dólares e confessou efetivamente que tinha assim agido", afirmou.
Fux ainda declarou que a corrupção tira dinheiro de escolas e da saúde, e que os desvios são "maximização de renda privada às custas do bem público", ao ressaltar a importância dos Tribunais de Contas para impedir esses casos "segundo os princípios constitucionais: moralidade no uso do dinheiro público, eficiência".
"Às vezes, falta uma percepção importantíssima. Porque cada ato de corrupção é um colégio que fica sem merenda para as crianças. Cada ato de corrupção é um hospital sem leito, cada ato de corrupção é um lugar onde não há saneamento e onde não há saneamento, não há saúde", pontuou.
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