BRASIL
Governo deu 'jeitinho' para incluir 'Tigrinho' nas regras de apostas
Plataformas podem ser multadas em até R$ 2 bilhões
Por Da Redação
Foram divulgadas as regras de 'jogo responsável' definidas pelo Ministério da Fazenda para conter o vício de apostadores on-line. Segundo o jornal O Globo, além de prever limites de valor nas 'bets', as regras apontam que as plataformas de apostas podem ser multadas em até R$ 2 bilhões.
Além de apostas esportivas, o governo incluiu caça-níquel, crash e roleta. Estes jogos Fortune Tiger, ou jogo do Tigrinho, podem ser legalizados, desde que indiquem as possibilidades de ganho ao usuário antes da aposta.
Advogados ouvidos pela reportagem incluindo Luiz Loques, avaliaram que o governo deu um 'jeitinho' para incluir o Tigrinho na lei. O especialista defende que, ainda que agora o usuário tenha uma previsão do seu potencial de ganho, não há como saber de fato suas chances de vitória.
Inicialmente, a Fazenda tinha dúvidas sobre a autorização destes jogos. Por isso, foram definidas regras específicas para o funcionamento do Tigrinho e similares.
Ivan Martinho, professor de Marketing Esportivo da ESPM, diz que o governo tenta desfazer o senso comum de que apostas são vistas como uma possibilidade de ganhos financeiros, não como entretenimento:
"Não adianta penalizar o operador e não olhar o influenciador que quer ganhar dinheiro fácil. Ao mesmo tempo em que o governo coíbe comportamento indevido de operadoras, transforma agentes e empresas em fiscais. A regra capilariza a fiscalização — diz Martinho, acrescentando que as novas regras abrem um precedente duvidoso. — Um garoto-propaganda que fala que uma marca de pastas de dentes promete dentes brancos pode ser penalizado se não houver como provar que isso de fato acontece? É uma discussão que deve acontecer", diz o professor ao Globo.
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