ALÉM DA RACHADINHA
Janones é investigado pela Polícia Federal em outro caso desde agosto
Pesa contra o deputado a acusação de desvio de recursos públicos federais
Suspeito de pedir parte do salário dos funcionários, prática que ganhou o apelido de "rachadinha", o deputado federal André Janones (Avante-MG) também é investigado em um outro caso desde agosto, segundo o colunista do portal Metrópoles, Guilherme Amado.
Em despacho desta segunda-feira, 4, foi dado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, um prazo de 60 dias para que a Polícia Federal (PF) siga com uma investigação contra Janones que também envolve a prefeita do município mineiro de Ituiutaba, Leandra Guedes. Os dois são acusados de prática de desvio de recursos públicos federais.
O caso ocorre em segredo de Justiça no STF desde maio e é investigado pela PF desde agosto.
Entenda a suspeita de rachadinha
Janones admitiu, em conversa em que não sabia que estava sendo gravado, seu plano de pedir parte do salário de seus assessores para "pagar suas contas".
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O deputado disse na ocasião que iria gastar o dinheiro recebido com "casa, carro, poupança e previdência". No entanto, o parlamentar negou que o ato configurasse corrupção. "Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso", disse.
As justificativas de Janones foram seu gasto de R$ 675 mil na campanha e sua perda de patrimônio, que nas suas palavras, foi "dilapidado". "Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 mil", comentou.
Em uma nova versão, Janones disse que os áudios foram gravados antes de ele tomar posse pela primeira vez como deputado federal, em 2019.
No entanto, segundo o colunista Paulo Cappelli, uma nova gravação revelada mostra que, ao contrário do que disse Janones, o pedido de parte do salário dos assessores não aconteceu antes da posse de seu primeiro mandato como deputado federal, em 2019. Ou seja, Janones pediu o salário quando já exercia o cargo.
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Janones sustentava que, por não ter assumido ainda o cargo, nenhum assessor havia sido nomeado. Em sua defesa, o deputado alegou que sua sugestão de ficar com parte do salário dos assessores foi vetada por sua advogada. Dessa forma, o crime não teria acontecido.
Opositores ao governo Lula (PT) e até deputados de legendas que contam com membros na atual gestão federal representaram criminalmente contra Janones.
Durante a eleição presidencial do ano passado, Janones ajudou na campanha de Lula e foi elogiado inclusive pelo marqueteiro do petista, o baiano Sidônio Palmeira.
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