8 DE JANEIRO
Luis Roberto Barroso define voto impresso como “germe do golpe”
Magistrado defendeu “enfrentar a tentativa de golpe”, em referência ao 8 de Janeiro
Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu “enfrentar a tentativa de golpe”, em referência ao 8 de Janeiro. Em entrevista ao jornal O Globo, ele disse que se a Justiça não reage, nas próximas eleições, quem perder pode se sentir no direito de questionar o resultado da mesma forma. Na ocasião, o magistrado falou ainda que a proposta do voto impresso, apoiada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), era o “germe do golpe”.
“Se a Justiça não reage de maneira adequada, nas próximas eleições o grupo que perder vai achar que pode fazer a mesma coisa. Ou se nós não enfrentamos a tentativa de golpe, o próximo que perder também vai achar que pode articular um golpe. O Direito tem esse papel dissuasório de novos comportamentos ilícitos”, disse Barroso.
Barroso se esquivou ao ser perguntado se vê indícios de que o ex-presidente comandou a trama golpista. “O processo ainda não chegou ao plenário do Supremo. Não tenho opinião sobre isso e, mesmo que tivesse, jamais a anteciparia”, disse.
O presidente do STF citou como momento mais difícil enfrentado no governo Bolsonaro a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, em agosto de 2021.
“O pior momento foi o risco da volta do voto impresso, porque sempre achei que ali estava o germe do golpe, a volta ao modelo fraudulento de eleições para poder alegar que houve fraude. Achei que era uma batalha de quase vida ou morte pela democracia brasileira”, afirmou o magistrado.
E completou: “Me empenhei muito para que não passasse a volta ao voto impresso. Não cometi ativismo legislativo, como eles disseram, porque eu fui ao Congresso convidado”. Bolsonaro acusou Barroso de ter pressionado deputados contra a proposta.
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