VAZA JATO
PF intima Carla Zambelli para depor após declarações de hacker
Deputada federal teria pagado R$ 40 mil para Delgatti fraudar sistema de urna eletrônica
A Polícia Federal (PF) intimou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a depor sobre as declarações feitas por Walter Delgatti Neto, o “hacker da Vaza Jato” na CPI do 8 de janeiro. Ele alegou que foi contratado por Zambelli para fraudar urnas eletrônicas.
A defesa da deputada disse que o depoimento de Zambelli acontecerá em setembro, conforme informação divulgada pelo Uol. Delgatti teria recebido R$ 40 mil da deputada durante a campanha eleitoral no ano passado, para os serviços, segundo o advogado dele, Ariovaldo Moreira. A parlamentar teria feito depósitos que chegam a R$ 14 mil e o restante do valor foi feito em espécie. Ela nega as acusações.
“Sim, recebi [proposta de benefício]. Inclusive, a ideia ali era eu receber um indulto do presidente [Jair Bolsonaro]. Ele havia concedido indulto ao deputado [Daniel Silveira] e como eu estava investigado pela [operação] Spoofing, impedido de acessar a internet e trabalhar, eu estava visando esse indulto, que foi oferecido no dia”, disse Delgatti de acordo com o Uol.
Além disso, Delgatti disse também que foi pedido o grampeamento do celular do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em 2022, Zambelli teria intermediado um encontro do hacker com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, para que ele pudesse explicar detalhes do sistema de urnas eletrônicas.
O ex-presidente divulgou várias fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro, inclusive em reunião com embaixadores, que o tornou inelegível por sete anos depois de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Delgatti ganhou fama em 2019 depois de vazar conversas de procuradores da República que participavam da Operação Lava Jato, divulgação que ficou conhecida como Vaza Jato.
Na época, Delgatti foi preso na Operação Spoofing e admitiu ter hackeado o celular de diversas autoridades brasileiras. Entre elas estão Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros procuradores da Operação Lava Jato.
Delgatti foi colocado em regime semiaberto em 2020, com uso de tornozeleira eletrônica e restrição ao uso de internet. Em junho deste ano, Delgatti foi preso novamente por descumprir uma medida da Justiça que o proibia de acessar a internet. Mas ele foi colocado em liberdade novamente.
Em 2 de agosto deste ano, Delgatti foi preso mais uma vez. Ele é acusado de participar de um ataque contra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para emitir um falso pedido de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Foi estabelecida pela 10ª Vara Federal de Brasília, a condenação de Delgatti a 20 anos de prisão pelas ações da Vaza Jato, no último dia 21 de agosto.
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