BRASIL
PGR denuncia Zambelli e Delgatti por invasão ao site do CNJ
Deputada federal é acusada de atuar como mandante dos crimes
Por Da Redação
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto na investigação sobre a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli é acusada de atuar como mandante do crime. O texto da denúncia diz ainda que ela tinha o objetivo de adulterar informações, "sem autorização expressa ou tácita de quem de direito".
"Zambelli comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister, com o fim de adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito", afirma.
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A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) irá decidir se recebe a denúncia após a manifestação da defesa. O grupo é composto pelos ministros Alexandre de Moraes (presidente), Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Ainda de acordo com a denúncia, Zambelli e Delgatti "buscavam obter vantagem de ordem midiática e política, que adviria o projeto de desmoralização do sistema de Justiça".
Os suspeitos estão sendo denunciados pela prática de 10 crimes, contendo invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Defesas de Zambelli e Delgatti ainda não se manifestaram sobre o assunto.
Invasão do site do CNJ
Investigações da Polícia Federal apontam que a invasão do site do CNJ ocorreu em novembro de 2022. No dia 4 de janeiro de 2023, Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do órgão. Entre os arquivos, estava um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
De acordo com o hacker, Zambelli foi responsável por ter redigido o falso mandado, mas a deputada nega. Delgatti também colocou no sistema uma falsa quebra de sigilo das contas bancárias de Moraes.
Preso desde agosto, Delgatti confessou o crime e relatou a participação de Zambelli. Com a deputada, foram encontrados e apreendidos quatro documentos falsos inseridos de forma criminosa no sistema do CNJ pelo hacker.
A polícia acredita que Zambelli divulgou o documento para jornalistas com o objetivo de difundir suspeitas sobre a credibilidade do Judiciário.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitaram o episódio para questionar a lisura do processo eleitoral, conduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem Moraes como presidente. A divulgação da invasão ao CNJ aconteceu às vésperas dos atos golpistas registrados em 8 de Janeiro.
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