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ALGUÉM ENTENDEU?

Reforma tributa carro elétrico e carne não entra na cesta básica

'Imposto do pecado' aumenta carga sobre fumo bebidas alcóolicas e apostas, mas deixa armamento de fora

Por Da Redação

04/07/2024 - 15:00 h
Relatório do GT da Reforma Tributária foi entregue nesta quinta, 4, em Brasíia
Relatório do GT da Reforma Tributária foi entregue nesta quinta, 4, em Brasíia -

A tão falada picanha pode até voltar ao prato do brasileiro, mas não vai contar com a isenção de impostos prevista para a cesta básica na Reforma Tributária. Por outro lado, carros elétricos, cujas montadoras receberam incentivos, a exemplo da Byd na Bahia, vão sofrer taxação extra do chamado 'imposto do pecado'.

As ideias, confusas e controversas, dificultam o consenso entre os deputados do grupo de trabalho que tratam da regulamentação da Reforma Tributária. O parecer do primeiro projeto que detalha a mudança constitucional foi apresentado nestaquinta-feira, 4.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) defendeu e foi vitorioso na proposta de deixar carnes bovinas, frangos e peixes fora da cesta básica que ficará isenta de impostos. O presidente Lula chegou a defender a entrada das proteínas na taxa zero. As carnes, porém, seguirão no grupo de produtos com alíquota reduzida, ou seja, que pagarão 60% a menos de impostos.

"Em cima do bancos de dados do Banco Mundial, vimos que a carne poderia ter impacto na alíquota padrão", disse Cláudio Cajado (PP-BA), um dos integrantes do grupo de trabalho. O mesmo relatório coloca carros elétricos e jogos de azar no grupo do "imposto do pecado", com alíquota seletiva, maior.

O Imposto Seletivo foi criado para tributar mais bens que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. O argumento para incluir carros elétricos na lista é o fim pouco sustentável de baterias utilizadas nesses veículos, feitas, em sua maioria, de lítio, minério com potencial de contaminar superfícies do solo e água.

Apesar disso, armas e munições ficaram de fora da tributação adicional e ainda podem ter parte do imposto revertido para seus compradores através de 'cashback'. Já os absorventes higiênicos foram incluídos na lista de produtos que terão isenção total de impostos.

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Nanoempreendedores

A reforma cria ainda uma nova categoria, a do nano empreendedor, que não terá cobrança de imposto. Segundo o texto, a categoria do nano empreendedor será aplicada às pessoas com 50% do limite de faturamento anual do microempreendedor individual (MEI), que atualmente é de R$ 81 mil. A intenção é que a alíquota zero seja aplicada para as pessoas que utilizam a chamada modalidade de venda direta para complementar a renda.

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

Esse IVA terá uma alíquota padrão que vai incidir sobre a maioria dos bens e serviços. Mas haverá itens com alíquota menor e outros com alíquota maior. Haverá ainda alguns produtos isentos de impostos, como os da cesta básica.

O Ministério da Fazenda trabalha com uma alíquota padrão para o IVA de 26,5%. No parecer apresentado hoje, os parlamentares tentaram evitar alterações que mudassem essa alíquota. Se mais itens ganhassem isenção ou alívio tributário, seria necessário elevar a taxa da alíquota básica. O texto apresentado nesta quinta-feira é fruto de discussão de um grupo de parlamentares e ainda será debatido por líderes antes de ir ao plenário da Casa, portanto, ainda pode mudar.

Outros itens incluídos no 'imposto do pecado':

Veículos (elétrico e de golfe)

Embarcações e aeronave

Produtos fumígenos (de fumo);

Bebidas alcoólicas

Bebidas açucaradas

Bens minerais

Concursos de prognósticos e fantasy games (apostas)

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Tags:

carros elétricos cesta básica Economia brasileira impostos reforma tributária

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