OPERAÇÃO VENIRE
Secretário de Duque de Caxias é preso em ação que mira Bolsonaro
Também é alvo das buscas o deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias
Por Da Redação
Mais um alvo da Operação Venire, o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, também foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira, 3. Ele está entre os seis presos durante a ação, que fez busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Também está na mira das buscas o deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis, atual secretário estadual de Transportes, do governo de Cláudio Castro.
Conforme o g1, a polícia foi a endereços ligados ao político em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Gutemberg, que tem passaporte diplomático, teria falsificado o cartão de vacinação contra a Covid.
Mas segundo ele, a busca e apreensão da Polícia Federal aconteceu no endereço antigo dele no Rio de Janeiro. Desde terça-feira, 2, o deputado está em Brasília e disse que não houve busca e apreensão em seu gabinete, ou no endereço dele na capital federal.
Gutemberg negou qualquer fraude no cartão de vacinação dele e disse que tomou todas as doses da vacina, mas teve um problema no Conecte SUS. Ele afirmou ainda que o problema foi corrigido quando foi a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a China.
Outros presos
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, também está entre os presos, assim como o policial militar da reserva Max Guilherme Machado de Moura, ex-sargento do Bope.
Outro preso foi Sérgio Cordeiro, ex-assessor e segurança do ex-presidente. Já outro assessor, Marcelo Câmara, foi alvo de busca e apreensão.
A investigação
A polícia investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e pessoas próximas nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado.
Segundo a TV Globo e a GloboNews, teriam sido forjados os certificados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, da filha dela, Laura Bolsonaro, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, além do da mulher e da filha dele.
A PF investiga ainda outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. As condutas investigadas podem configurar, crimes de:
-infração de medida sanitária preventiva;
-associação criminosa;
-inserção de dados falsos em sistemas de informação;
-corrupção de menores.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".
"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid", diz o órgão.
Ao todo, a PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Também estão sendo analisados o material apreendido durante as buscas, além da realização de oitivas de pessoas envolvidas nos fatos.
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