EM BUSCA DA CORTE
Veja quem está na disputa por nova vaga no STF
Ala do governo defende a indicação de uma mulher negra
Depois da indicação do advogado Cristiano Zanin pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última quinta-feira, 1º, é necessário uma segunda escolha para a Corte e alguns nomes avançam na corrida, iniciada com a proximidade da aposentadoria da ministra Rosa Weber, que completa 75 anos em 2 de outubro.
Zanin era tido como preferido, por ter defendido Lula nos processos da Lava-Jato. Integrantes do STF avaliam que a aprovação desta vaga pode levar em consideração quais aliados agradam ou não.
Segundo o jornal O Globo, uma ala do governo defende a escolha de uma mulher negra para ampliar a diversidade do alto escalão do Judiciário. Atualmente, há apenas brancos no STF e caso o Senado aprove a escolha de Zanin, serão nove homens, restando apenas Cármen Lúcia na Corte.
Um integrante do primeiro escalão ouvido pelo O Globo, aponta que Lula costuma lembrar que os ministros esquecem que os indicou, sinalizando o peso do fator pessoal.
Os possíveis candidatos são os presidentes do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luís Felipe Salomão e Benedito Gonçalves. As mulheres que estão na corrida são a advogada Vera Lúcia Santana e a desembargadora Simone Schreiber.
De acordo com O Globo, Dantas conta com o apoio do ministro Gilmar Mendes, há 20 anos no STF e do ex-presidente José Sarney. Nos últimos meses, ele estreitou relações com Zanin e segundo o jornal, há especulações de um apoio mútuo entre os dois.
Pacheco disse ao O Globo que avalia bem o nome do presidente do Senado, além de analisar uma possível divisão entre a Câmara e o Senado na análise das indicações presidenciais à Corte. Conforme o jornal, bolsonaristas defenderam a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição para que os deputados também chancelassem os nomes para o Supremo.
Salomão tem o apoio do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que estreitou laços com Lula e, no fim de maio, emplacou dois aliados no órgão.
Já Benedito Gonçalves tem a seu favor o protagonismo que ganhou com a relatoria da ação que pode levar à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, ele fez o relatório que pede a cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador da Lava Jato. Benedito é o único negro entre os 33 ministros do STJ. Joaquim Barbosa foi a última pessoa negra indicada ao Supremo há 20 anos.
Nesta semana, a advogada Vera Lúcia Santana ganhou apoios publicamente, como da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Além de ter interlocuções com ministros como Edson Fachin, ela participou de um evento na biblioteca do Supremo, onde foi "tietada" pelos convidados. O vice-presidente Geraldo Alckmin também já defendeu a indicação de uma mulher negra para a vaga.
A desembargadora Simone Schreiber, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região também está na corrida pela vaga no STF. Ela foi crítica à Lava-Jato e tem o apoio do ministro da Justiça, Flávio Dino, e de integrantes do grupo Prerrogativas, que reúne advogados próximos a Lula.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes